UBI com nova vida

O Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde parece não ter feito jus ao nome e acabou por ser pequeno para albergar docentes, representantes institucionais e demais convidados que quiseram assistir à tomada de posse do professor João Queiroz. O reitor da UBI diz que estamos perante uma nova fase na instituição.

Vídeo da Cerimónia de Tomada de Posse

“A Universidade da Beira Interior entra agora numa nova fase da sua vida”. Foram estas as primeiras palavras de João Queiroz enquanto Reitor da UBI. O terceiro responsável máximo pela instituição de ensino superior covilhanense tomou posse passavam poucos minutos das 17 horas, da passada sexta-feira, 19 de Junho.
Durante os próximos quatro anos, este professor catedrático, ligado à UBI há mais de duas décadas, espera implementar na academia novas exigências de qualidade. Para enfrentar os desafios que se colocam agora, quer à instituição covilhanense, quer aos restantes estabelecimentos de ensino superior, João Queiroz diz que vai liderar “uma mudança tranquila rumo à cultura de qualidade da UBI”. Um aspecto que sairá bem vincado já nos próximos meses, quando a UBI discutir o novo Plano Estratégico de Desenvolvimento a médio prazo “2010-2020”. Esta iniciativa que tende a “consolidar uma visão partilhada de futuro para a UBI, seguindo as recomendações emanadas do recente relatório da European University Association”.
No seu discurso de tomada de posse, o novo Reitor apresentou as linhas mestras para a construção de uma nova UBI, empreitada que começará com o Plano Estratégico da UBI, documento que será apresentado ao Conselho Geral em 2010. Queiroz lembrou  que “o Plano de Acção para o Quadriénio de Mandato do Reitor será, como é natural, o que resultou da minha eleição pelo Conselho Geral”.
Noutra vertente, o responsável máximo pela academia começou por sublinhar que “numa universidade, os recursos humanos são a essência da sua qualidade, no que respeita ao ensino, à investigação, aos serviços que presta a estudantes e docentes e na sua relação com a sociedade”. Isto para dizer que a UBI está agora numa fase crescente da qualificação destes recursos humanos, tendo em vista a capacitação destes para uma maior competitividade e também no âmbito de uma visão estratégica para a universidade. Depois de um crescimento físico e de docentes, a academia passa agora para uma fase de qualificação. Neste período de mudança, João Queiroz não quis esquecer que “o que a UBI é hoje deve-o a toda a comunidade académica que nela depositou a sua confiança e investiu o seu futuro”. As novas medidas vão por isso mesmo contemplar novos serviços e valências. Queiroz defende “a implementação de um conjunto de medidas que permitam desburocratizar o papel do docente na Universidade, algumas das quais implicam a reestruturação de alguns serviços”. Desta forma, os docentes podem dedicar-se às competências específicas “que passam por leccionar e investigar”.
Outros pontos fortes que vão merecer a atenção do novo Reitor passam pelo Instituto Coordenador de Investigação, o qual irá implementar um sistema de incentivos à publicação científica de qualidade e que “apoiará os investigadores da UBI na elaboração de candidaturas a projectos de investigação nacionais e internacionais”. Neste aspecto, Queiroz lembrou também que esta  internacionalização “não passa apenas pela competitividade científica”: o novo reitor quer também uma maior captação de alunos estrangeiros e de segundos e terceiros ciclos “partilhados com instituições nacionais e internacionais de reconhecido mérito”. Até porque Queiroz acredita “numa UBI que olha para o mundo e nele se integra, sem esquecer a região que a acolhe”.
Começará também, em breve,  um diagnóstico à produção científica que é feita dentro das paredes da academia, para desta forma se promoveram mostras de ciência onde vão estar empresas dos mais diversos sectores de actividade, de forma a potenciar a transferência tecnológica. Para além disso, o Reitor quer um maior entrosamento com o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, Parkurbis.
O reitor destacou a importância dos alunos, até porque “uma parte essencial dos recursos humanos da UBI são os nossos alunos”. Neste campo, Queiroz lembrou que “é preciso que eles sintam que a missão da universidade passa, em larga medida, por lhes proporcionar uma formação global, que os dote de competências e técnicas, mas também sociais e relacionais, desenvolvendo o seu sentido de cidadania, preparando-os para um mundo e um mercado de trabalho sem fronteiras”. Tudo para que os alunos reconheçam a UBI como uma instituição de qualidade. O novo Reitor espera assim que a instituição covilhanense consiga captar mais e melhores alunos através da boa imagem que possa vir a ser divulgada pelos antigos alunos. Para Queiroz, “eles são os nossos melhores embaixadores e a nossa melhor publicidade”.
Mas  a primeira grande aposta deste mandato será a instalação dos novos órgãos científicos e pedagógicos. Até porque, na perspectiva de João Queiroz, “aquilo que se pretende não é uma mera instalação desses órgãos, mas um passo que leve a uma discussão aprofundada da missão e dos valores da instituição”. É, por tudo isto, “uma mudança na organização, nos métodos e nas práticas”. Para fazer face a estas alterações, vai também contar com a ajuda de um Conselho Consultivo, um órgão que será composto “pelos ex-reitores da UBI, por um eminente professor catedrático de cada Faculdade, por uma personalidade de relevo nacional e internacional, com afinidades à região e uma grande visão estratégica e por uma personalidade ligada ao mundo empresarial”. Este grupo reunirá periodicamente com o novo Reitor.