"A colaboração com a UBI tem resultado bem"

Dirige a área de ligação entre a multinacional Siemens e a Saúde. Campo de acção onde a parceria com as universidades é fundamental. João Seabra é também membro do Conselho Geral da UBI e é da instituição covilhanense e da forma como esta se pode interligar com o mundo empresarial, que fala ao Urbi.

Urbi@Orbi – É o director-geral da Siemens Healthcare Portugal, uma área onde a empresa tem vindo a desenvolver várias relações com as universidades. Como vê essa interligação?
João Seabra – A interligação vejo-a, antes de mais, como necessária. Para além disso já se provou profícua – as empresas que, como a Siemens, apostam na Inovação, como um dos factores do seu desenvolvimento sustentado, necessitam de promover e alimentar interfaces com instituições de ensino e investigação para que assim possam ter acesso a áreas de conhecimento específico e que não estão normalmente no seu domínio de competências. Como é natural, empresas e universidades têm objectivos distintos mas que se complementam com vantagens de parte a parte.

Urbi@Orbi – Continuando nesta linha de acção, a Siemens tem apoiado diversos estágios em mestrados integrados e bolsas de doutoramento a estudantes portugueses. Vê isso como um reconhecimento do potencial humano nacional?
João Seabra – Os resultados que obtivemos até agora, fruto desta relação que temos mantido com as Universidades, permitem já constatar a qualidade dos nossos investigadores. Neste âmbito, para além da colaboração em projectos de inovação da Siemens, podemos contabilizar, ao longo dos últimos três anos, diversas publicações científicas e até patentes, o que só foi possível pelo bom nível dos estudantes.

Urbi@Orbi – No que respeita à formação dos jovens portugueses, têm vindo a ser evidente um decréscimo de alunos nas áreas das Ciências Exactas e também das Engenharias. Sendo um engenheiro electrotécnico e de computadores, como vê este cenário?
João Seabra – Com tristeza, mas sobretudo com preocupação. Portugal precisa de profissionais altamente qualificados nas áreas de engenharia e até aqui as nossas Universidades sempre mostraram a capacidade de formar excelentes profissionais nos diversos ramos de engenharia. Já provamos, em áreas que vão desde a Engenharia Civil a Informática, que temos condições para competir a nível global.
Há um défice de capacidade de engenharia em países como por exemplo a Alemanha, e Portugal está em excelentes condições para suprir essa necessidade, disponibilizando essas competências e trazendo consequentemente para o nosso país investimento diferenciado.

“A UBI tem vindo a fazer um caminho de afirmação no panorama nacional”

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