Electromecânica assinala 20 anos

Os antigos alunos do Departamento de Engenharia Electromecânica reuniram-se, no passado sábado, na Covilhã. Uma iniciativa que contou com a presença de várias dezenas de licenciados que falaram sobre as transformações dos cursos, mas também os desafios profissionais do mercado de trabalho.

Jorge Marques veio do Porto até à Covilhã para encontrar os seus antigos colegas de universidade. A liderar um dos sectores da empresa Metro do Porto, este beirão lembra bem os tempos em que passou pelas salas da UBI com o objectivo de se licenciar em Engenharia Electromecânica. Passados 20 anos, é “com um orgulho enorme que verifico que o núcleo que fundei está bem activo e com uma dinâmica invejável”. O mesmo “acontece com o curso e com o Departamento”, acrescenta o engenheiro.
Tal como este antigo aluno da instituição académica covilhanense, dezenas de colegas estiveram, no passado sábado, 16 de Maio, no anfiteatro 8.1, no Edifício das Engenharias, para participarem neste encontro de antigos alunos do Departamento de Electromecânica.
Abílio Silva, presidente do DEM explica que este tipo de encontros tem vários objectivos. Para já, “serve para promover um pouco do que aqui fazemos e também mostrar isso a quem agora volta à instituição”. Esta ponte “deve ser cada vez mais fortalecida”, adianta o docente. Pese embora o facto de “neste Departamento não existirem problemas com as saídas profissionais do alunos, “é sempre bom mantermos a ligação com as pessoas que estão há mais de 15 anos em grandes empresas e que podem servir de exemplo e simultaneamente, de ligação para os novos licenciados”.
Outro dos factos que levou o DEM a apostar neste evento é “a importância dos nossos antigos alunos trazem consigo uma relação pessoal com esta instituição e com isso termos mais protocolos, mais ideias e mais formas de interacção, como mais parceiras e projectos de trabalho, tão necessários para os mestrados e doutoramentos”.
Uma visão partilhada por Francisco Correia, actual presidente do Núcleo de Alunos de Electromecânica. A frequentar o primeiro ano de mestrado, este estudante da UBI lembra “a troca de experiências que aqui acontece e que se torna enriquecedora, porque quando estamos prestes a entrar no mercado de trabalho existem muitas incógnitas e agora ficamos a conhecer um pouco mais da vida prática”. Daí que um dos pontos mais explorados durante este evento fosse precisamente “os problemas que os nossos antigos colegas sentiram e o que é que pode ser melhorado na estrutura curricular para resolver esse tipo de situações ou possíveis novas necessidades de mercado”, sublinha.
O fundador do núcleo de alunos não pode estar mais de acordo com o actual presidente. Jorge Marques, que deixou a UBI há mais de uma década aponta para “a necessidade deste tipo de eventos que procuram um feed-back constante de quem sai daqui e de quem cá está, também para a Universidade se adaptar um bocado ao que é os seus antigos alunos estão a fazer e o que é que levaram daqui e como o utilizaram”. O responsável pela Metro do Porto acrescenta que “tem de existir uma ligação mais forte entre as empresas e a universidade, isso é importantíssimo e devíamos tentar cultivar, ainda mais, esta ligação entre as empresas e a universidade”.
O desafio foi bem encarado pelo presidente do DEM que lembra também os desafios feitos pela academia às empresas. Abílio Silva recorda que “cada vez mais as empresas não têm capacidade para resolver os seus problemas, de forma definitiva. Ou fazem isso recorrendo a outras empresas, ou o que também se está a tornar usual, encontram uma solução temporária, mas que lhes permita resolver pontualmente aquele problema e fica tudo por ai. Aquilo que muitas vezes nós pedimos é que nos apresentem esse problema de fundo para que possamos dar uma colaboração, através de um trabalho a médio prazo que pode ser feito no âmbito de um mestrado ou de doutoramento e implicar um grupo de trabalho”, diz.