Novas formas de expressão no jornalismo
Analisar a importância dos comentários dos cidadãos nos jornais e as principais repercussões destes nos jornalistas foi o objectivo da tese de mestrado defendida por Rodolfo Silva, na UBI.
> Eduardo Alves“As novas tecnologias e a reconfiguração da esfera pública” é o título da tese de mestrado de Rodolfo Pinto da Silva. Um estudo apresentado na passada sexta-feira, 8 de Maio, na Sala dos Conselhos da UBI.
Segundo o autor tratou-se de um estudo que teve como objectivo “perceber se as novas ferramentas que foram criadas no âmbito do jornalismo online – em especial os comentários dos leitores que são feitos às notícias – promovem a discussão de temas importantes para a intervenção dos cidadãos. Ou seja, se a opinião pública sai enriquecida através da intervenção das pessoas e do debate online que poderá existir”.
Rodolfo Silva acabou por concluir que “existe um aprofundamento da qualidade da opinião pública nestes casos, porque os textos dos leitores assumem-se como um auxiliar na tarefa de interpretar, contextualizar e agregar às notícias online um novo mundo que inclui a crítica e o confronto de opiniões”.
Esta tese aponta para a ideia que o jornalismo online “abre as portas a uma maior participação das pessoas”. Rodolfo Silva acrescenta que “serve de justificação para a conclusão a análise do caso específico do jornal Público.pt, onde foi possível perceber que as pessoas respondem afirmativamente ao desafio de comentarem as notícias e, quando o fazem, comentam temas que são tidos como relevantes para a opinião pública: Política, Educação e Sociedade, para termos presentes as áreas temáticas em que se divide o jornal analisado”.
Para o autor deste estudo “as novas tecnologias estão a criar um ambiente onde a esfera pública tem maiores possibilidade de cumprir a sua função”. Rodolfo Silva sublinha o facto de “a globalidade do estudo mostrar que os comentários dos leitores deixam contributos no online que têm riqueza suficiente para mostrar novas abordagens e transmitir conhecimentos a quem os lê depois. Também estimulam diálogos, porque foi possível perceber que as pessoas aproveitam o meio para responder às ideias e opiniões dos outros”.
A tese foi aprovada pelo júri constituído por Joaquim Mateus Paulo Serra, professor associado da Universidade da Beira Interior, Joaquim Manuel Martins Fidalgo, professor auxiliar da Universidade do Minho e João Manuel Messias Canavilhas, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior.
Multimédia