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A sala Belmonte no Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo”

Belmonte atravessa (de novo) o Atlântico para conquistar o Brasil

O Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo” pretende devolver Belmonte à ribalta de tempos passados. Foi da vila beirã que nasceu a descoberta do Brasil. Quinhentos anos volvidos o novo Museu tem missão semelhante: colocar Belmonte, em Portugal e no Mundo, no mesmo patamar de excelência.

> Marco Morais

Ser a terra de Pedro Álvares Cabral é motivo de orgulho para Belmonte, mas traz um encargo e responsabilidade que não se pode desprezar. O facto de a família Cabral se ter radicado em Belmonte é um sinal da grandeza e importância que a vila tinha em outros tempos. Esse patamar de excelência foi, nos anos vindouros e já contemporâneos, sempre meta para Belmonte. Uma herança pesada dirão uns. Um desafio, dirão outros.
Com a crise no sector têxtil e o fecho de várias fábricas no concelho, a política da Câmara Municipal virou-se para o turismo, numa tentativa de aproveitar os recursos históricos, e não só, da vila. Assim, a presença dos cripto-judeus, o azeite, a fauna e a flora do rio Zêzere estão já retratadas em museus espalhados por Belmonte. Faltava aproveitar aquele que será o maior recurso que os belmontenses dispõem – o facto de Belmonte ser a vila onde o descobridor do Brasil nasceu.
Os laços com o Brasil são uma realidade mas, também, numa escala demasiadamente pequena para aquilo que deveriam ser. Os convites declinados por chefes de Estado brasileiros são uma realidade que espelha a falta de peso que a vila assume no país irmão.
O Centro interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo” vem então tentar devolver o protagonismo que a vila tinha no país, aproveitar a forte ligação com os Descobrimentos e tentar tornar forte e coeso o vínculo entre Belmonte e o Brasil. Sendo pioneiro, o Centro despertará forte curiosidade no mercado português, no mercado de imigrantes brasileiros e no mercado de turistas brasileiros. Espera-se alto retorno para a vila de um esforço monetário comparticipado, por programas de apoio e a Câmara Municipal, de 2,5 milhões de euros. Com a abertura dos museus, surgiu também um acréscimo no número de lojas e restaurantes na vila que tentam aproveitar a maior afluência de turistas.
O peso de ser um novo marco para Belmonte, e até para Portugal, suscita curiosidade nos belmontenses que acorreram em massa ao novo Centro. Saber se ele aguentará a mediatização e se terá estofo para devolver a vila à ribalta é a principal preocupação.


A sala Belmonte no Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo”
A sala Belmonte no Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo”


Data de publicação: 2009-05-12 00:05:00
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