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O júri das provas e Maria Johanna Schouten

Uma questão de género

O papel da mulher na sociedade, as mudanças impostas pelas regras e as repercussões dessas mesmas atitudes ocuparam grande parte das provas de agregação que Maria Johanna Christina Schouten apresentou na passada semana, na UBI.

> Eduardo Alves

“O género entre o público e o privado” foi o título da lição apresentada por Maria Johanna Schouten, na passada sexta-feira, 24 de Abril, na UBI. A docente do Departamento de Sociologia desenvolveu nestas provas de agregação, um trabalho sobre uma das suas principais linhas de investigação.
Esta lição teve então como temática, o género entre o público e o privado. “São conceitos algo complicados que se vão desenvolver ao longo da aula, que também tem como subtítulo o caso das mulheres domésticas na Indonésia”. A docente do Departamento de Sociologia da UBI recorda que nos anos 70 do século passado, começou neste país asiático, as suas investigações de campo. Desde essa altura que trabalha na análise de algumas particularidades daquela sociedade. Mas também, na comparação e aplicação das conclusões, com sociedades europeias. Precisamente nessa linha, esta aula serviu também para “apresentar o estudo de caso de um país longínquo, mas que em certos aspectos se pode comparar com a Europa. É um contexto diferente, mas as temáticas também lá aparecem”, adianta.
Maria Johanna Schouten começa por dizer que “continua a predominar a ideia de que as mulheres são mais ligadas à casa, à família e às crianças e que homens participam mais na vida pública, política, etc”. contudo, a investigadora social também reconhece que “as coisas, no ocidente, estão a mudar”. Uma das conclusões a que tem chegado com as suas actividades é o facto de se pensar “que antigamente, as mulheres estavam sempre em casa, o que não é verdade. As mulheres sempre trabalharam e muito, no campo ou no comércio. Por isso não é um fenómeno novo”.
Para tal, a lição apresentada reporta-se “esta mesma temática, mas descreve a realidade da Indonésia, onde as mulheres também trabalhavam no campo e participavam numa vida fora de casa, e depois, por influência do colonialismo holandês, voltaram a regressar a casa”. Os holandeses, com a sua ética, no princípio do século XX, “pensavam que as mulheres deviam estar em casa”. Esta imagem criou então repercussões sociais “que se notam perfeitamente, e se arrastaram até há bem pouco tempo. Mas, também neste país as coisas estão a mudar”, sublinha.
O júri das provas foi composto por Narana Sinai Coissoró, professor catedrático aposentado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, Brian Juan O’Neill, professor catedrático do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, José Carlos Gaspar Venâncio, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Maria Engrácia Leandro, professora catedrática da Universidade do Minho e Gilberta Margarida de Medeiros Pavão Nunes Rocha, professora associada da Universidade dos Açores.


O júri das provas e Maria Johanna Schouten
O júri das provas e Maria Johanna Schouten


Data de publicação: 2009-04-28 00:05:00
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