Evolução económica e social da Covilhã em debate
O Académico dos Penedos Altos levou a cabo, na última sexta-feira, dia 24, a 12ª edição da sua Tertúlia Academista, uma iniciativa que anualmente, e desde 1997, tem reunido na sede daquela colectividade para reflectir e debater os vários problemas com que se debate o associativismo no concelho da Covilhã.
> Alexandre S. SilvaEste ano foram cerca de 30 as associações – num total de cerca de 60 pessoas – que responderam à chamada. Um número inferior ao de anos anteriores mas, ainda assim, ressalva Carlos Silva, presidente do emblema dos Penedos Altos, “bastante positivo tendo em conta a realidade actual”.
O mote para a 12ª Tertúlia também fugia um pouco ao de anos anteriores, e pretendia discutir a evolução da própria cidade, mas do que o associativismo em si. “Covilhã: Cidade Laneira, Cidade Académica, Cidade de Futuro” foi o tema deste ano, e contou com Manuel da Silva Ramos como orador principal. O escritor covilhanense baseou a intervenção no seu livro “Café Montalto” cujo enredo se desenvolve em duas eras diferentes da vida da cidade: primeiro durante os anos dourados da indústria têxtil, e depois já numa Covilhã actual dominada económica e socialmente pela Universidade. O escritor, que também foi dirigente associativo, fez a transposição da ficção literária para a realidade para explicar essa mesma evolução de uma cidade industrial para uma cidade do conhecimento, referindo a importância e o papel das associações neste processo.
O tema do associativismo, apesar de não ser central, acabou por dominar depois o período de debate, com os vários dirigentes presentes a trazerem a lume preocupações e aspirações antigas: como o do Estatuto do Dirigente Associativo, reclamado há vários anos por Joaquim Matias, ex-vereador da Câmara da Covilhã, a necessidade de a autarquia ajudar a coordenar as actividades das várias associações, e fazer uma distribuição ainda mais eficiente dos recursos, ou ainda a questão do Estatuto de Utilidade Pública que traria benefícios às colectividades.
Como não podia deixar de ser, e dada a proximidade do Dia da Liberdade, foi ainda lembrada a importância das associações no sucesso do 25 de Abril. De resto, lembrou Miguel Nascimento, director regional do Centro do IPJ, “esta Tertúlia, a poucas horas dos 35 anos do 25 de Abril, é ela própria uma homenagem aos dirigentes associativos que resistem apesar de todas as dificuldades”.
Também presente nesta Tertúlia do Académico, João Esgalhado, vice-presidente da Câmara da Covilhã, enalteceu a adesão das associações à iniciativa, fez a síntese da evolução da cidade industrial para a cidade universitária, mas lembrou que uma não exclui a outra, e que as mais valias científicas da UBI podem e estão a ser aproveitadas para enriquecer o tecido industrial da região, como é o caso do Parque de Ciência e Tecnologia.
A 12ª edição da Tertúlia Academista ficou ainda marcada pela apresentação de um livro de actas correspondentes às 11 primeiras edições do evento.
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