Voltar à Página da edicao n. 482 de 2009-04-14
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 482 de 2009-04-14   Estatuto Editorial   Equipa   O Urbi Errou   Contacto   Arquivo  
> <strong>Marco António Antunes</strong><br />

A original natureza da Universidade

> Marco António Antunes

A crença tradicional de que as universidades devem ter um ensino primeiramente teórico, não passa de uma visão deturpada, pseudo-intelectualista e elitista que desmente a História.
O termo Universidade deriva do étimo latino UNIVERSITAS, que designa a universalidade, a totalidade. Fundada nos séculos XII e XIII à sombra das velhas escolas monacais, a Universidade radica, desde a sua origem, no carácter universal. A Universidade podia aceitar nas suas salas todos aqueles que a quisessem frequentar (e não apenas os clérigos), bem como prometia abranger todas as ciências (e não apenas a filosofia). É neste contexto, que em Portugal surgem os Estudos Gerais autorizados a ensinar todas as artes lícitas.
É trair a História pensar que a Universidade é unicamente uma escola de saber teórico, como se os filósofos fossem superiores aos engenheiros. A Universidade é, acima de tudo, universalidade. A raiz desta ideia encontra-se no actual regime jurídico das universidades.
A universidade deve ser não só um centro de criação, transmissão e difusão de cultura científica, mas também um centro de técnica e tecnologia. Logo, justificam-se inteiramente os cursos de Engenharia nas universidades.
Contrariamente a um saber apenas teórico, deve também existir investigação aplicada. Só assim se explica a existência de laboratórios e projectos de investigação experimental como motor de progresso para a Universidade.
Os universitários não podem estar isolados dentro das salas da universidade, como se fossem os donos do Saber. Pelo contrário, a Universidade deve promover a prestação de serviços á comunidade, numa perspectiva de valorização recíproca. Consequentemente, a Universidade deve estar atenta às exigências do mercado de trabalho.
A maioria das pessoas aceita que cultura, ciência, técnica e tecnologia devem ser instrumento de desenvolvimento sustentado do país. É por este motivo que, após a reforma pombalina, a Universidade de Coimbra formou os quadros necessários à implantação do liberalismo.
O Processo de Bolonha veio trazer para a Universidade da Beira Interior uma maior abertura ao meio envolvente, através da representação no Conselho Geral de alunos e convidados externos. A eleição do novo Reitor é uma condição essencial para o fortalecimento dos laços sociais.
A Universidade depende da ligação ao meio envolvente, aliando a teoria à prática. O bom senso diz-nos que a Universidade só pode ser universalidade: cultura, ciência, técnica e tecnologia. Numa palavra «Sabedoria» numa simbiose perfeita.

www.maaconsulting.com.sapo.pt


Data de publicação: 2009-04-14 00:01:00
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior