Fábricas do Tortosendo anunciam despedimentos
Uma unidade fabril localizada no Bairro do Cabeço anunciou o seu processo de insolvência, em risco estão 204 postos de trabalho. Já no Bairro dos Pinhos Mansos, uma outra unidade ameaça também despedir cem funcionárias, segundo o Bloco de Esquerda.
> Eduardo AlvesSão cerca de 300 postos de trabalho que estão em risco na freguesia do Tortosendo. Duas unidades fabris mostram sinais de dificuldades económicas e estão perto da falência. O caso mais grave, ainda assim, parece ser o da Vesticon – Indústria de Confecções e Vestuário, Lda.
Esta unidade, localizada no Bairro do Cabeço, emprega actualmente cerca de 200 funcionárias. No passado dia 25 de Março, a administração da empresa avançou com um pedido de insolvência, no Tribunal da Covilhã. Um passo dado no sentido da nomeação de um administrador de insolvência e do posterior encerramento da fábrica. Segundo as informações avançada pela Direcção Geral da Administração de Justiça, a Vesticon tem, neste momento, diversos credores de dívidas acumuladas ao longo dos últimos tempos. Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos e Banco Português de Negócios são algumas das entidades a quem a empresa deve dinheiro.
Contudo, o ponto mais grave da situação é o do não pagamento dos salários às duas centenas de trabalhadoras que ali laboram. Segundo algumas operárias, ouvidas pela agência Lusa, estão por pagar metade do subsídio de férias e do subsídio de Natal, referentes a 2008 e também, metade do ordenado do mês de Fevereiro e todo o ordenado de Março. Esta empresa situada no Bairro do Cabeço está a laborar há cerca de 16 anos. Tinha uma produção média de 80 mil casacos e 120 mil calças vendidas para vários pontos da Europa. Nos últimos tempos, os funcionários garantem que as encomendas foram faltando e a administração acabou também por deixar de pagar os ordenados.
Outra das unidades que também parece estar com problemas financeiros é a confecção Gil & Almeida, localizada no Bairro dos Pinhos Mansos. Segundo o Bloco de Esquerda, esta unidade fabril “vive uma situação de grande angústia para as cem trabalhadoras que nela laboram”.
Desde o mês de Setembro de 2008 e, “embora a produção não tenha sofrido quaisquer alterações uma vez que frequentemente é necessário recorrer a trabalho extraordinário, os salários estão a ser pagos em prestações ou seja, o salário a que têm mensalmente direito é dividido em três parcelas que vão recebendo ao longo do mês”, acrescenta Mariana Aiveca, deputada do BE na Assembleia da República. Segundo esta representante daquele partido político, a e empresa justifica tal situação alegando que “está perto da falência, o que é incompreensível dado o volume de trabalho”.
Apesar de continuarem a produzir, os trabalhadores da confecção têm em atraso, metade do mês de Fevereiro, a totalidade do mês de Março, retroactivos e horas extraordinárias.
Na exposição feita pela deputada bloquista ao presidente da Assembleia da República, refere-se também que, a maioria dos trabalhadores – 88 dos 100 – já solicitaram, por escrito, a suspensão do contrato, “uma vez que estão a produzir sem ser remunerados”. Perante esta situação “poder-se-á estar perante a iminência de mais uma falência fraudulenta”, sublinha Mariana Aiveca. Nesse sentido, a representante do Bloco fez chegar também ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social algumas questões relacionadas com esta empresa.
Multimédia