Voltar à Página da edicao n. 480 de 2009-03-31
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A iniciativa contou com diversos académicos da área da Gestão

O emprego e a cidade

“Covilhã – Debates sobre a Cidade”, iniciativa do Partido Social Democrata da Covilhã, arrancou na passada sexta-feira, 27, com uma conferência centrada no tema do Emprego.

> Maria Matos

“A Cidade e o Emprego”, a primeira de um conjunto de conferências a decorrer até ao próximo mês de Julho, contou com a presença de eng. João de Carvalho, empresário ligado à área têxtil e à agricultura na região, e José Ayres de Sá, ligado à problemática do emprego.
O primeiro interveniente, João de Carvalho, apresentou um historial da realidade das cidades em geral, isto é, do movimento do campo para a cidade chamado de êxodo rural, em busca de um emprego na cidade.
Para uma explicação dos termos empregados em cada meio, o conferencista realça dois aspectos característicos desses meios em que diz: “os que trabalham no campo não gostam de ser tratados como empregados, mas sim como trabalhadores, enquanto que na cidade constata-se o contrário” – daí o termo “trabalho” ser usado no campo e o termo “emprego” na cidade, porque, sublinha ainda, “o emprego é mais fácil de suportar que o trabalho do dia-a-dia”, o que justifica a fuga da população rural para a terra prometida em busca de uma vida que acreditam ser a melhor.
“Falta de terras”, “salários baixos”, a própria “crise no campo”, “factores atractivos das cidades” e o “aumento da taxa de desemprego” são factores, considerados por João de Carvalho como repulsivos dos meios rurais.
Esta realidade tem causado outras consequências que poderão influenciar num movimento contrário, a fase em que será altura de chorar as cebolas do Egipto. Defendeu ainda que há uma tendência para o aumento do desemprego, causado por uma “deficiente orientação profissional dos jovens” e uma “inadequação do formato do ensino relativamente à realidade técnico-social”. Segundo José Ayres de Sá, citando alguns dados do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), prevê-se para 2009 um número de 230 milhões de desempregados em todo o mundo, mais 40 do que os 190 milhões do ano transacto. No que concerne à Covilhã, que aparece em 5º lugar da tabela relativamente à mesma taxa nas cidades portuguesas, os números rondam os 1447 desempregados do sexo masculino e 1737 do sexo feminino (estatísticas de Janeiro passado), entre os quais 329 com formação superior, o que levou o interveniente questionar qual o papel das Universidades, dos Politécnicos e das Escolas Profissionais, os quais, segundo este “não são um motor de desenvolvimento, mas um factor de desenvolvimento”.
“O desincentivo do empreendorismo” e uma “teimosia na protecção ao “moribundo” originando factores competitivos” – referente às empresas que já não têm muito para dar – foram alguns aspectos evidenciados no debate final sustentado pelos vários empresários que se fizeram presentes e moderado por José Pires Manso, professor de Economia da Universidade da Beira Interior.
O ciclo de conferências continua com a próxima conferência – “A Cidade e a Cultura” – que terá lugar a 17 de Abril, pelas 21 horas, no Hotel Turismo.


A iniciativa contou com diversos académicos da área da Gestão
A iniciativa contou com diversos académicos da área da Gestão


Data de publicação: 2009-03-31 00:02:00
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