Danone recusa pressões
Sindicato acusa empresa de despedir 18 efectivos sob pressão e ameaças. Empresa desmente e diz que estão a ser oferecidas indemnizações acima da lei.
> Notícias da CovilhãO Sindicato das Indústrias de Alimentação e Bebidas (SINTAB/CGTP) acusou na passada semana, a fábrica de iogurtes Danone, em Castelo Branco, de despedir 18 trabalhadores efectivos sob “pressão e ameaças”, factos que a empresa desmente.
“Desde o início da semana houve coacção e pressão psicológica para que os trabalhadores aceitassem sair, sem negociação, nem objectividade em relação às causas dessas mesmas saídas”, afirma Maria de Jesus Matos, coordenadora sindical regional. “Se insistissem em não aceitar sair, disseram-lhes que a partir de segunda-feira iriam fazer todo o tipo de serviços. Isto dito de uma forma humilhante, pondo em causa a postura que a empresa tem tido ao logo dos anos”, acrescenta. Segundo a dirigente, alguns preceitos previstos na lei “não foram cumpridos”, no que respeita à informação prestada e critérios de despedimento, mas “caberá aos trabalhadores decidir” se haverá contestação legal do processo. A fábrica da Danone em Castelo Branco tem 150 trabalhadores.
Carlos Antunes, director da fábrica, desmente à Agência Lusa que tenha havido pressão sobre os trabalhadores e garante que estão a ser oferecidas indemnizações acima do que propõe a lei - entre mês e meio e dois meses de ordenado por cada ano de serviço. “A Danone tem os seus valores, critérios e formas de trabalhar, no âmbito das quais nem sei como qualificar essas palavras”, refere, ao ser confrontado com as acusações do sindicato. “A maioria das pessoas está a aceitar a proposta, se alguém não aceitar, falamos depois com essas pessoas”, acrescenta. Segundo refere este responsável, o único contacto adicional entre chefias e os trabalhadores “foi para os esclarecer no sentido de ouvirem uma empresa de ‘outplacement’ [de apoio para encontrar outro trabalho] que contratámos”. “Foi a única diferença em relação a outras reorganizações”, que têm envolvido “quatro a cinco pessoas”, a última das quais há pouco mais de um ano. Segundo Carlos Antunes, os 18 despedimentos resultam de “um investimento de cinco milhões de euros que está a optimizar a produção da fábrica e chegou o momento em que é preciso reajustar os recursos humanos”.
A fábrica de Castelo Branco fabrica 50 mil toneladas de iogurte por ano para o mercado interno. Após o investimento em curso “vamos produzir para Espanha e ficamos com capacidade para ser uma base de iogurte para toda a Europa”, conclui.
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