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> <strong>José Geraldes</strong><br />

Saúde, medicina e espiritualidade

> José Geraldes

A saúde e a espiritualidade têm uma relação muito íntima. Hoje, é do consenso geral que a espiritualidade faz parte da terapêutica do doente. Mesmo profissionais de saúde não crentes admitem o facto.
Quando se discutiram as novas regras das capelanias hospitalares, a questão veio ao de cima como uma realidade inegável.
A prestigiada revista Time publicou recentemente um dossiê  dedicado ao assunto. A abrir escreve a revista: “Mas surpreendente é que existem cada vez mais indícios de que a  fé pode realmente curar-nos.”
Aliás, um professor de Radiologia, Psicologia e Estudos Religiosos na Universidade de Pensilvânia nos Estados Unidos afirma claramente que “há muitos dados científicos a mostrar um impacto positivo da religião na saúde.” Quando se reza e medita- dizem os especialistas- dão-se alterações no cérebro que se tornam permanentes.
Os cristãos estão agora a viver a Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. Uma das recomendações que a Igreja faz é a prática do jejum. Mas o jejum não é só de agora.
Desde a Antiguidade que filósofos o faziam. E os ascetas que iam para o deserto punham-no como condição para o seu aperfeiçoamento espiritual. Os profetas sobretudo Isaías falam do jejum. João Baptista o profeta-precursor foi para o deserto levando uma vida austera que incluía o jejum.
O próprio Jesus Cristo preparou-se para a sua missão durante 40 dias no deserto também praticando o jejum. Os muçulmanos com o Ramadão só comem depois do pôr do sol.
Será o jejum apenas um acto cultural? Não. A sua dimensão é essencialmente espiritual. Ou seja como caminho para se progredir na vida espiritual. Os médicos acrescentam que, o sob o ponto de vista físico, o jejum ajuda a eliminar toxinas.
A que propósito é invocado o jejum? Porque o jejum anda habitualmente ligado à oração. E a oração é um dos elementos fundamentais para os crentes na cura das doenças.
Teólogos e cientistas só desde o ano 2000 publicaram seis mil estudos sobre este problema. As conclusões dos estudos são surpreendentes.
Um destes estudos feito por um cardiologista concluiu que os doentes cardíacos pelos quais as pessoas rezavam se comportavam melhor do que aqueles que não eram contemplados pela oração. A este propósito é de lembrar que nos ano 60 do século passado, fez furor um livro com o título Oração, a força que vence Deus.
Mesmo em relação com a longevidade a oração e a fé também adquirem a sua importância. Os estudos feitos a este respeito dão resultados difíceis de contradizer. A Time cita o demógrafo da Universidade do Texas: “Os que nunca frequentaram serviços religiosos têm o dobro da probabilidade de morrerem nos próximos oito anos que as pessoas que vão uma vez por semana.”
Por estes estudos é perfeitamente legítimo concluir, sem sombra de dúvida, que a oração tem influência na recuperação do doente e que a espiritualidade nunca pode ser desligada da terapêutica médica.


Data de publicação: 2009-03-31 00:01:00
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