A Psicologia da Educação
Durante três dias várias dezenas de investigadores, docentes e profissionais da área apresentaram os mais recentes estudos na área da Psicologia e da Educação, na UBI. Um evento que foi seguido por largas dezenas de alunos e profissionais.
> Eduardo AlvesA Faculdade de Ciências da Saúde da UBI foi palco da primeira conferência internacional de Psicologia e Educação. Durante três dias, a UBI recebeu investigadores e académicos que apresentaram os mais recentes estudos nestas áreas e as suas relações fundamentais com a sociedade.
Uma das principais marcas deste evento “é o sinal de maturidade deixado pelo Departamento de Psicologia e Educação”, refere Luísa Branco, docente da UBI e uma das organizadoras. As jornadas, que contaram com a presença de investigadores e docentes vindos de toda a Europa, “serviram de plataforma para troca de experiências e saberes, mas também, para dar um sinal muito próprio do bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por todos, na UBI”. Esta foi a primeira vez que o Departamento de Psicologia e Educação “abraçou um seminário desta envergadura” e tal foi o sucesso “que daqui a dois anos vamos a ter uma segunda edição em Salamanca”, adianta Luísa Branco. Uma forma de “cimentar as ligações institucionais que estão em vigor, entre as várias instituições portuguesas e espanholas”, sublinha.
Um dos pontos altos dos trabalhos foi precisamente a conferência de abertura, proferida por Eduardo Sá. O psicólogo clínico e docente da Universidade de Coimbra abordou os temas chave de todos os trabalhos. Uma intervenção onde foram pensados os papéis da educação, da escola, das famílias e da psicologia, na criação dos indivíduos.
Segundo este docente da Universidade de Coimbra, “estas duas instituições estão a mudar muito”. Veja o caso da família, “que nos últimos tempos tem conhecido grandes alterações, com a emancipação da mulher, com o relacionamento entre pais e filhos”, mas que segundo Eduardo Sá, “a escola não tem acompanhado”. Para o psicólogo clínico, o sistema escolar ainda não está adaptado às novas realidades.
Foi precisamente deste tipo de adaptações e dos meios para que estas se produzam que falaram os diversos intervenientes nestas conferências. Um dos pontos fortes que todos os participantes apontam é o facto da importância de ensinar competências sociais, como ensinar matemática e português. “Partimos do princípio que isso é aprendido, mas não é feita uma aprendizagem sistemática, as investigações provam que fazer uma aprendizagem desse tipo de competências pode ser muito útil para as pessoas”, lembra Luísa Branco.
Outro dos grandes problemas que toda a esta área identifica “é o facto de se continuarem a relegar para segundo plano coisas fundamentais como o apoio aos tratamentos psicológicos para além do facto de nas escolas praticamente não existirem psicólogos”. A docente da UBI e organizadora do congresso lembra que “todos sabem da necessidade deste tipo de profissionais nas escolas para apoiarem os alunos e toda a comunidade, mas eles não existem, não há esse investimento”.
A docente da UBI lembra também que este tipo de iniciativas mostra “a capacidade de formação da UBI”. Algo que se vê também “no acolhimento dos nossos alunos que estão a estagiar em instituições da comunidade e onde há uma boa receptividade”. Neste momento, a organizadora desta actividade lembra que o Departamento “ainda é muito jovem e está em formação, mas está a trabalhar no bom sentido”. As jornadas vão agora realizar-se em cada dois anos, em Portugal e Espanha.
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