Ética de Lavelle discutida na UBI
Américo Pereira,docente na Universidade Católica de Lisboa, esteve na passada quarta-feira na UBI, para uma conferência sobre a ética de Lavelle.
> Ânia MatosSegundo aquele investigador, Lavelle «define a filosofia como uma escalada, em que a dificuldade do trabalho filosófico é escalar até ao cume».
Para Lavelle, ética coincide com o ontológico, ou seja com a parte da filosofia que trata do Ser enquanto Ser, «do Ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e cada um dos seres», defendeu o orador, e pode representar «um estudo investigativo e comparativo do indivíduo».
Na ética de Lavelle, explicou Américo Pereira, não há diferença entre o acto físico do Homem e o de Deus. "E ser possivel haver Ser, é maior que todos os deuses", parafraseando Fernando Pessoa. "Sou eu próprio o acto que de mim faço" defenderá Lavelle.
Em Lavelle «a pessoa é o seu Deus, o ser humano é criado criador. O ser humano é um acto de inteligência e se eliminarmos todas as pessoas, todo o sentido cognoscivel desaparece».
Durante a conferência, o orador explicou que relativamente à construção do ser humano, Lavelle fala deste como «a junção da ética com a inteligência. Um resto mortal, um cadáver, não é um corpo ético.
O ser humano é, eticamente, sendo que o estudo da pessoa coincide com o estudo do seu acto, mas que o estudo do acto de cada ser humano é impossível».
A ética de Lavelle define o "valor" como a possibilidade metafisica do Ser, como sendo transcendental e metafisico, e que o "valor" é o que permite a escolha em cada Ser. Neste quando, «o "Bom" é bom porque não é nada, que Ser é ser bom, sendo que Ser é transcendental do bom e não o contrário». Mas ao mesmo tempo, esta ética tem consciência de que «o mal pára em toda a parte onde houver um ser humano».
Lavelle defende ainda que o maior acto ontológico é o "Amor", e que se «quer o mundo não para o possuir mas sim para o amar». Em Lavelle o Amor «é o único acto real do Homem, a única forma real de comunicação».
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