Voltar à Página da edicao n. 478 de 2009-03-17
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 478 de 2009-03-17   Estatuto Editorial   Equipa   O Urbi Errou   Contacto   Arquivo  
O Covilhã acabou por deixar fugir três pontos em casa (foto retirada de: http://ultrascovilha.blogspot.com/)

Covilhã perde com o Leiria por 2-3

O Sporting da Covilhã foi derrotado, em casa, pela União de Leiria. O resultado não compromete a manutenção na Liga Vitalis mas impede os serranos de sonharem com vôos mais altos. Carlão, avançado leiriense, foi pesadelo para a defesa da Covilhã, estando ligado a dois dos três golos da formação leiriense.

> Marco Morais

À partida para a 22ª jornada da Liga Vitalis, o Sporting da Covilhã encontrava-se a um ponto da União de Leiria e recebendo a formação da Cidade do Lis tinha oportunidade soberana para a ultrapassar. Com a manutenção praticamente garantida, os jogadores e adeptos serranos depositavam esperança na subida de Divisão. O jogo deste Domingo era fundamental para esse objectivo mas o Sporting da Covilhã baqueou e comprometeu o desejo de estar, na próxima época, entre os grandes do futebol português.
Sabendo da importância do jogo, Hélio Sousa, privilegiou a velocidade fazendo três alterações em relação ao onze base. Milton surgiu no lugar de Djikine, Roma no de Elivelton e Monteiro no lugar de Basílio e por isso não surpreendeu o ímpeto forte com que o Covilhã entrou no jogo, encostando "ás cordas", desde o primeiro minuto, a formação orientada por Manuel Fernandes. A rapidez de Pimenta, Monteiro e Roma ia trocando as voltas ao Leiria e, neste período, o avançado brasileiro Roma sofre empurrão dentro da área leiriense, mas o árbitro Paulo Costa assim não o entendeu, mandando o jogo seguir. A Covilhã, não sabendo ainda o que a esperava, não chorou pelo suposto penalty e continuou a carregar vulgarizando um Leiria que nestes primeiros minutos chegou a parecer perfeitamente acessível, visto que se limitava a defender, e mal. 
Só ao 22º minuto, o Leiria, dava um ar da sua graça, num remate frouxo de Carlão que beneficiou de um mau passe de Edgar. A primeira investida do Leiria não assustou os serranos que continuavam a carregar no acelerador, jogando no meio campo do Leiria mas deixando espaços nas costas. A eficácia do Sporting era paupérrima e aos 28´ num lance de contra-ataque, Carlão, aproveitando o adiantamento exagerado de Igor Araújo, faz o 0-1, de fora da área, num remate de belo efeito. O Leiria fazia um golo na segunda vez que ia à baliza do Covilhã e num belo dia de sol nada pior que um balde de água fria nos 1500 adeptos covilhanenses que se deslocaram ao Complexo Desportivo da Covilhã. O golo visitante intranquilizou o Covilhã que nos minutos seguintes não conseguia ligar jogadas, e teve efeito contrário na União, que agora aparecia mais afoita, jogando à vontade e controlando os tempos do jogo a seu bel-prazer mesmo sem criar perigo.
A falta de fio de jogo do Covilhã irritava os adeptos, que viam o tempo a passar sem que os serranos lhes dessem esperanças de empate, mas como o futebol é surpresa (já tinha sido comprovado no golo do Leiria) o Covilhã conseguiu mesmo marcar sem que ninguém o esperasse. A jogada é de Paulo Gomes na direita que vê bem a desmarcação de Pimenta. O extremo emprestado pela Naval ao Sporting da Covilhã cruza de imediato e Monteiro, com um belo cabeceamento, faz o empate. A igualdade aos 40´ dava, de novo esperanças à equipa, que com o intervalo mais perto poderia recuperar forças para uma segunda parte que se previa escaldante. Mas ainda faltavam 5 minutos, e o Leiria torna a surpreender. Na sequência de um canto, beneficiando da falta de cobertura da Covilhã junto à baliza, Paulo Vinicius surge nas alturas recolocando o Leiria em vantagem na partida. E se um balde de água fria já tinha sido péssimo, imaginem-se dois. A Covilhã ia para intervalo a perder por culpa própria, devido à sua defesa demasiado permissiva, e o Leiria sem demonstrar porque ocupa um lugar cimeiro da tabela marcava dois golos tendo chegado... três vezes à baliza de Igor.
A segunda parte começa em moldes diferentes da primeira. A vantagem e o intervalo tranquilizaram um Leiria que vinha preparado para uma etapa derradeira carregada de emoções. Denotou-se, desde logo um Leiria cheio e confiança e que sabia como levar a vitória da Covilhã. A experiência dos seus atletas tornava-se fundamental e permitia-lhes ocupar bem os espaços, com bola e sem ela, nunca desorganizando o sector defensivo, que foi o principal obstáculo a uma Covilhã que aparecia sem ideias, algo abatida mas nunca desgarrada.
Mais com o coração do que com a cabeça, o Sporting da Covilhã ia tentando em jogo directo ligar jogadas que esbarravam, inevitavelmente, no muro leiriense. O capítulo emocional era, então, a chave do jogo, e a Covilhã não conseguia assentar ideias. Hélio, apercebendo-se disso mesmo, muda o figurino da equipa lançando Paulo Campos, que substitui a um desinspirado Paulo Gomes, e Bruno Nogueira por um Monteiro que fez o golo e pouco mais. Esperava-se agora que o Covilhã desse o tudo por tudo, encostando o Leiria de novo à sua área, mas, surpreendentemente, nunca o conseguiu pois as substituições nunca surtiram efeito.
Assistia-se a um mau jogo de futebol, com uma equipa sem arte para desfeitear outra que agora jogava em contra-golpe mas sempre preocupada em defender a preciosa vantagem. Foi preciso esperar pelo minuto 81 para se assistir a um lance digno de registo. Na sequência de uma jogada de ataque do Leiria a bola chega às mãos de Igor Araújo que pontapeia forte fazendo a bola chegar a Roma que cabeceia para o fundo das redes.
Se já tinha acontecido de tudo neste jogo, era agora um golo a dois toques com uma assistência do mal amado guarda-redes da Covilhã que deixava os adeptos num misto de incredulidade e alegria. E num jogo carregado de emoções, onde já se tinha visto de tudo um pouco, que mais poderia acontecer? Outro golo, claro! e para não fugir à regra, logo no minuto a seguir e do... Leiria. Outra falha defensiva da Covilhã permitia a Carlão, aos 82´, bisar no jogo e matar as esperanças que ainda podia haver numa vitória serrana. Os minutos restantes foram todos eles gastos com mais anti-jogo da União de Leiria do que propriamente com futebol.
A Covilhã perde por culpa própria frente a um Leira, que teve a sorte do jogo, mas que nunca fez para sair do Complexo com tamanha prenda. O Sporting desloca-se agora aos Açores para defrontar o segundo classificado da Liga Vitalis, o Santa Clara, esperando manter o registo de segunda equipa com mais vitórias fora na prova.


O Covilhã acabou por deixar fugir três pontos em casa (foto retirada de: http://ultrascovilha.blogspot.com/)
O Covilhã acabou por deixar fugir três pontos em casa (foto retirada de: http://ultrascovilha.blogspot.com/)


Data de publicação: 2009-03-23 15:32:48
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior