Troca de Palavras com… António Assunção
Enquadrado numa trilogia, “Movimento Operário – volume II (1907-1926)” é a mais recente obra lançada por António Rodrigues Assunção, que a apresentou na Covilhã, na passada quinta-feira, durante mais um «Troca de Palavras com...» promovido pela Biblioteca Municipal.
> Maria MatosEsta última “Troca de palavras com…” teve desta vez como convidado António Rodrigues Assunção, professor e investigador, que apresentou a sua mais recente obra, a qual faz parte de um projecto de três livros cronologicamente encadeados.
António Assunção viveu durante dez anos com os operários do princípio do século XX. A sua escrita centra-se nas lutas que o operariado da Covilhã viveu durante o início do século XIX, mais concretamente a partir do ano de 1890, terminando esta trilogia, com o terceiro volume, pelo ano de 1974. Os critérios escolhidos pelo autor, na escolha do ano de 1890 como início do seu trabalho, prendem-se com o facto de «ser nesta década que surge a classe operária como classe propriamente dita, organizada de forma autónoma», por ser também a década «em que surgem os sindicatos» e por ser também nessa altura que «acontecem as primeiras greves», ou pelo menos «as mais significativas», na Covilhã.
Em 1907 o operariado da Covilhã vive um acontecimento marcante, que delimita o seu primeiro trabalho, e dá início ao segundo volume da trilogia, agora apresentado. Segundo o autor “o operariado dos lanifícios encontravam-se organizado em três associações de classes e cada uma tinha a sua associação ou sindicato. Em 1907 estes três sindicatos desaparecem e dão lugar a um só”.
Este segundo volume incide, mais especificamente, sobre os anos de 1907 a 1926. Por sua vez, divide-se em três partes: a primeira até 1914, ano em que ocorre o Congresso Operário Nacional em Tomar, acontecimento marcante para a história do Movimento Operário Nacional. A segunda parte termina no ano de 1918, tempo marcado pela Primeira Guerra Mundial e pelo aparecimento da Infantaria 21 na Covilhã. A terceira parte tem como acontecimento marcante a greve das 8 semanas em 1923, e várias outras greves que marcaram a Covilhã.
António Assunção está presentemente a trabalhar no terceiro volume que dará continuidade à história do operariado da Covilhã, no período compreendido entre 1926 e 1974.
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