Dura mantém “lay-off”
A fábrica Dura Automotives Portuguesa mantém a intenção de aplicar a medida ´lay-off` na unidade da Guarda, mas recuou no despedimento de 14 operários contratados, disse na passada semana à Lusa fonte sindical.
> Notícias da CovilhãSegundo Sandra Sousa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM), de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, o director reuniu na terça-feira, 17, com os trabalhadores e comunicou que a medida de ´lay-off` será aplicada a partir de 1 de Março e envolverá os cerca de 150 operários. “A empresa não abdica da ´lay-off`”, revela à Lusa a sindicalista, adiantando que foi anunciado que “os 14 despedimentos que estavam previstos já não se concretizam”. “As 14 pessoas que estavam para ser despedidas vão entrar em ´lay-off` permanente a partir do dia 16 de Março, ficando em casa”, explica a sindicalista, admitindo que a decisão foi tomada “devido à luta dos trabalhadores”.
A representante do STIMM na empresa contou que os restantes operários “trabalham três dias e ficam dois em casa” mas este grupo de 14, que fazem parte de um conjunto de 39 contratados, “ficam seis meses em casa sem trabalho, não vão nenhum dia à fábrica”. Sandra Sousa refere que o anúncio do ´lay-off` foi “mal recebido” pelos trabalhadores, recordando que “desde Novembro que estão a ser feitas paragens às sextas-feiras”. “Às sextas-feiras não trabalhamos, conta como um dia de férias dos trabalhadores, por isso dizemos que os trabalhadores têm cooperado com a empresa”, diz. Segundo a sindicalista, os operários estão “satisfeitos” por não ocorrerem despedimentos mas “estão preocupados com a ´lay-off`”.
A situação na empresa levou esta semana a Governadora Civil da Guarda, Maria do Carmo Borges a reunir com o director da Dura. Segundo a Governadora, o responsável garantiu que a ´lay-off` “é para implementar” a partir de 1 de Março “embora possa ser por menos tempo” do que está previsto. “A proposta que fez aos trabalhadores é implementar a ´lay-off` com paragem de dois dias por semana, sendo que ele pensa que não serão necessários os seis meses, inicialmente previstos, será necessário menos tempo para ter a situação normalizada e poder laborar todos os dias”, adianta à Lusa. “Está convicto que nem os seis meses de que falou de início aos trabalhadores, virão a ser necessários”, tendo admitido que “esta é a melhor maneira de resolver os problemas” na empresa, acrescenta Maria do Carmo Borges. E refere que o director da Dura reconheceu a existência de dificuldades no sector mas indicou que os seus serviços “são reconhecidos pela qualidade do trabalho e pelo cumprimento de prazos”, tendo rejeitado, neste momento, qualquer intervenção por parte do Governo.
A Agência Lusa tentou obter, sem sucesso, declarações da direcção da fábrica que produz componentes para a indústria automóvel.
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