Costa Camelo recordado na Amadora
Um dos mais conceituados nomes da pintura beirã foi recordado na Amadora. Alguma da obra de Costa Camelo foi mostrada na galeria Artur Bual.
> Eduardo AlvesA obra do pintor beirão Costa Camelo foi recordada na Amadora, através da exposição “A plenitude de um templo numa banheira”, na galeria Artur Bual, inaugurada no dia 22 de Janeiro, pelas 20 horas.
O artista natural da Covilhã passou toda a infância e juventude em Castelo Branco e vivia em Paris desde 1950. Costa Camelo foi jornalista, tendo chefiado a redacção portuguesa da Rádio France International. Em 1984, o governo português condecorou-o com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 1987, foi a vez do Governo de Paris o distinguir com o grau de Cavaleiro das Artes e das Letras. Foi distinguido em 2007, antes de falecer, com o Prémio Talento, internacional por se tratar de “um excelente pintor cuja obra não conhece limites e os seus quadros levantam problemas de interpretação do que não é interpretável”. João Pedro Garcia, director da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, considera-o ainda “um pintor histórico”. A sessão de abertura da exposição na Amadora que conjugou a música e a poesia com a pintura, contou com intervenções do poeta António Salvado, do pintor João Moniz e do crítico de arte Fernando António Baptista Pereira. António Salvado, antigo director do museu de Tavares Proença Júnior, recordou a existência de um notável acervo de obras deste artista nas colecções da instituição. “Foram uma doação à cidade que considerava como sua. O museu na década de oitenta ajudou a difundir a obra deste grande amigo e grande pintor português. Agora que se fala tanto, na região de arte contemporânea, talvez fosse ocasião de se proceder à reapresentação das obras ofertadas ao Estado pelo pintor. Castelo Branco ou a Covilhã devem-lhe isso, a possibilidade de um olhar contemporâneo sobre a pintura e o nome de um pintor beirão para a História da pintura nacional do século XX” concluiu António Salvado.
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