Teatr’UBI sem apoio para espectáculos
São vinte anos de existência, duas décadas de trabalho, de sonhos e de grandes conquistas. No próximo mês de Março, o Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (Teatr’UBI) assinala 20 anos de actividade, num momento em que as suas principais iniciativas estão em risco de terminar.
> Eduardo AlvesTeatr'UBI - 20 anos em imagens
Os apoios essenciais para a realização de mais um Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, evento maior no calendário anual de actividades do Teatr’UBI, ainda não chegaram. Uma situação sem precedentes que leva os responsáveis a adiantarem ao Urbi que este ano “o ciclo de teatro não deve ter lugar”.
No ano em que o grupo se preparava para assinalar duas décadas de vida, os apoios financeiros “à realização de uma semana de espectáculos não estão conseguidos”. Quem o diz é Rui Pires, que sido uma das caras mais conhecidas e reconhecidas no Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior. Rui Pires assume hoje, como há já vários anos a presidência deste grupo. É pelo Teatr’UBI que fala, é por ele que se anima, é por ele que o negro dos olhos se turva de alguma maneira. Quando, confrontado com as evidências, tem de dizer “que já não vai haver ciclo de teatro”. Universidade, Câmara da Covilhã e mais empresas da região “foram sondadas como em anos anteriores”. Contudo, a crise instalada levou a que as respostas tardassem “e não podemos montar uma estrutura destas, de um dia para o outro”, acrescenta.
Desde o passado mês de Setembro que o grupo vem preparando o programa das comemorações, “que este ano seria especial”, adianta o actual presidente. Contudo, sem o suporte financeiro e logístico “necessário a uma actividade desta envergadura”, os responsáveis acabam por dizer que agora se torna “quase impossível” a realização do ciclo de teatro. Uma iniciativa que se repete há já 14 anos, de forma ininterrupta, tornando assim o ciclo de teatro universitário mais antigo do País e contribuindo, sobremaneira, para a afirmação e história do Teatr’UBI.
Um dos pontos altos destas comemorações iria ser o Congresso Ibero-americano de Teatro Universitário, que teria lugar pela primeira vez na Europa. “Estávamos a contar trazer aqui diversas centenas de pessoas, com a Covilhã a tornar-se a capital do teatro por uns dias”, explica Rui Pires, mas a ideia nunca passou “das boas vontades dos elementos do Teatr’UBI”. Depois de no ano passado, o grupo ter estado em terras da América Latina a representar Portugal e de lhes ter sido transmitido todo o apoio para a realização de um evento destes na Covilhã, “acabámos por não conseguir”.
Para o dia 14 de Março, data em que o grupo assinala 20 anos, “estamos a ensaiar uma nova peça, que iria abrir o ciclo de teatro”. Iria, diz Rui Pires, até porque “o trabalho será apresentado ao público, mas apenas como forma de celebrar a data”.
A continuidade do grupo, essa “está assegurada”. Rui Pires adianta que os cinco elementos que agora dão corpo à nova peça estão também convidados para participar em diversos festivais “quer em Portugal, quer em Espanha”. Uma deslocação “que será paga do nosso bolso, se isso for necessário”. Tudo aquilo que não se pode perder “é o prestígio deste grupo, o trabalho dos seus elementos e a imagem que está associada a um trabalho que tem vindo a recolher prémios em diversos pontos do mundo”, reitera.
Pires, que está na presidência do grupo, adianta também não vai mais continuar. No final do ano lectivo, o actual responsável pelo Teatr’UBI termina o seu mandato, mas garante que o trabalho desta estrutura vai ter sempre um seguimento.
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