Sporting da Covilhã: Nem o rato Mickey ajudou a segurar os 3 pontos
Desta vez o peluche talismã de Igor Araújo não deu sorte. O guardião serrano tem muitas culpas no lance que oferece o empate a um Vizela perfeitamente ao alcance do Sporting da Covilhã.
> Marco Morais
O Covilhã entra em 2009 com o pé esquerdo. Os comandados de Hélio Sousa podem queixar-se da falta de sorte para justificarem o empate a uma bola, podem reiterar que estes lances poucas vezes na vida acontecem, mas a realidade é que os covilhanenses sofrem a bom sofrer sempre que se encontram em vantagem no Complexo Desportivo da Covilhã.
Frente a um adversário que não tem feito um bom campeonato, que vinha de uma mudança de treinador e com um plantel claramente mais fraco que o da época passada, exigia-se a vitória a um Sporting da Covilhã que tem deixado escapar, infantilmente, demasiados pontos em casa. Esperava-se que o ano novo trouxesse melhor sorte (e habilidade) para segurar vitórias mas, ao invés, trouxe um dos lances mais insólitos da época em curso. Não será todos os dias que se vê um guarda-redes bater um pontapé livre indirecto e esse mesmo pontapé dar... golo.
O Sporting da Covilhã entrou no jogo com "fome de bola" e a querer marcar cedo. A estratégia era clara e visava utilizar, em jogo directo, a velocidade de Pimenta e a experiência de Paulo Vaz aproveitando uma suposta desorganização da defesa do Vizela. Sem Roma para dar luta e ganhar lances na raça e em velocidade, essa desorganização não apareceu e a defesa vizelense, comandada pelo veterano Quim Berto, tornou o plano do Covilhã infrutífero. A inconsequência do trabalho de casa acabou por desnortear os locais que pouco a pouco foram revelando falta de ideias para as suas jogadas. O futebol desnorteado dos covilhanenses saía a fogachos e só por jogadas individuais algum aroma a golo aparecia. Diego, em remate cruzado , aos 35´ e Pimenta, da mesma maneira , aos 39´ são exemplos disso mesmo.
Hélio percebeu onde estava o problema, e na 2ª metade o futebol do Covilhã apareceu mais apoiado e a privilegiar a maior posse de bola. O resultado estava à vista e as jogadas de perigo sucediam-se, sendo a de maior destaque, nesse período, a bomba de Diego que entra a rasgar pela esquerda, aproveita a boa assistência de Pimenta e por pouco não faz o primeiro para o Covilhã.
O técnico campeão em Riade quis fazer jus ao título e meteu mais "carne no assador": num esforço para chegar à vantagem, trocou Paulo Gomes por Elivelton aos 56´ e Basílio por Paulo Campos 61´ e havia de ser este último, após jogada que mostra a mudança do estilo de jogo do Covilhã, a inaugurar o marcador , um minuto após ter entrado no relvado. Após o golo, e como já vem sendo hábito, o Covilhã cerrou fileiras e entregou o domínio do jogo ao adversário. Tem pago caro por isso e este primeiro jogo de 2009 não foi excepção nesse aspecto. O Vizela subiu no terreno e aos 65´, Williams, pela esquerda, assiste Feliciano que atira ao poste já após o árbitro ter interrompido a partida por fora-de-jogo do extremo vizelense. Estava avisado o Covilhã para o perigo que vinha das alas do Vizela, mas não estava para o perigo dos livres indirectos marcados a partir do meio campo do Vizela pelo guarda redes, aliás, quem estaria? É num desses lances que surge o insólito golo do empate. Riça bate forte para a área do Covilhã, toda a gente espera que Igor agarre, mas o jovem guardião deixa bater a bola, que inevitavelmente lhe passa por cima e, quando lhe toca, só confirma um golo que até este domingo à tarde pareceria impossível.
Havia ainda tempo e os serranos mostraram vontade de chegar à vantagem criando duas ocasiões soberanas de golo. A primeira, aos 75´, por Edgar, de cabeça, que após um livre de Pimenta envia a bola à barra da baliza de Riça e a segunda, perdida escandalosa de Pimenta, após centro tenso de Paulo Campos. Nos minutos finais foi o Vizela que carregou não deixando o Sporting da Covilhã criar mais perigo.
O Covilhã está agora em 8º lugar, com 17 pontos, e desloca-se no próximo fim-de-semana à Póvoa do Varzim.
Multimédia