Num artigo intitulado Universidades escolhem "notáveis" para órgãos de gestão, o jornal Público de ontem, dia 29, falou com algumas personalidades externas cooptadas para os Conselhos Gerais das universidades. Curiosamente, dois dos três entrevistados neste trabalho são membros do Conselho Geral da UBI: Fernando Nobre, presidente da AMI, e José Fernandes, director da Microsoft Portugal.
Os três entrevistados reconhecem a importância que esta abertura à sociedade pode ter para as universidades e esperam, naturalmente, que o seu contributo possa ajudar as instituições a ultrapassar as dificuldades que o Ensino Superior atravessa.
Das várias intervenções retive uma ideia de José Fernandes: as universidades devem implementar um sistema em que uma gestão profissional possa conviver com a parte mais académica das instituições. "Manter a academia e, ao lado, ter uma gestão profissional", diz José Fernandes, é um bom modelo, embora admita que "não se pode transformar a universidade numa gestão empresarial pura e dura". Este membro do Conselho Geral da UBI salienta ainda que as universidades têm falhado na transformação da sua investigação em oportunidades de negócio e que o país precisa de rentabilizar o conhecimento produzido nas universidades.
Na verdade as ideias não são novas, mas ganham outra importância quando verbalizadas por quem tem agora responsabilidades no órgão mais importante da universidade. É bom sinal.
Com 2009 no horizonte, e sem esperanças de que a economia mundial melhore nos próximos tempos, resta-nos procurar novos modelos de gestão e trabalhar mais e melhor, pois só assim será possível sobreviver à tempestade que se adivinha
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