Estacionamento gratuito “vale de pouco”
A Câmara Municipal da Covilhã aprovou o acesso gratuito, durante um período de duas horas, até 6 de Janeiro, ao silo auto da ParqC, bem no centro da cidade. A medida surge após um acordo estabelecido entre a autaqruia e a empresa ParqC, concessionária dos parques, e tem como objectivo atrair mais público para o comércio tradicional na época natalícia que se avizinha.
> Notícias da CovilhãOs comerciantes da zona central da Covilhã queixam-se de falta de divulgação do estacionamento gratuito durante o período festivo do Natal. “Há muita gente que nem sabe, chegam lá para pagar e vêm que é gratuito. Mas as pessoas agora fogem lá para baixo, para os hipermercados. Isto vale de pouco”, garante Dolores, da Tabacaria Hermínios, no Pelourinho. Muitos outros sublinham as palavras de Dolores, mas sempre frisando para que “não ponha lá o meu nome”.
Generalizam-se as lamentações por entre quem quer vender e não consegue. “Temos anos em que a época de saldos é melhor que a época de Natal. O poder de compra é o principal problema e para os centros comerciais não é preciso levar o chapéu. É só estacionar e ir comprar, é mais cómodo”, explica uma lojista que não se quis identificar.
Os comerciantes são unânimes: o Serra Shopping veio tirar clientela. “Desde que abriu, o negócio tem vindo a decrescer”, lamenta Mário Monteiro, da Perfumaria Mário. Mas para este comerciante são iniciativas destas que revitalizam o Centro Histórico. “O que me parece é que falta divulgação. Esta iniciativa já tinha sido feita em anos anteriores, o ano passado não foi feita e nós sentimos a falta”, refere. Mário Monteiro fala ainda na falta de iniciativas para trazer população ao Centro, mas positiva a acção da Câmara “nos últimos tempos”. “Têm colaborado muito com o comércio. A retirada dos pilares aqui dos passeios (da Rua Comendador Campos Melo) veio permitir o estacionamento e beneficiar todo o Centro Histórico”, explica.
À frente da Câmara a sinalização não é clara e os condutores continuam a estacionar, mas só por 15 minutos. Foi o que fez Cristina Cruz, que não sabia que tinha estacionamento gratuito. “Se soubesse tinha lá estacionado, deixei coisas por comprar por causa do tempo limitado que tinha”, lamenta. Também Vítor não sabia. “Não sou de cá, fui à Torre e agora parámos aqui. Mas vamos já embora”.
Vítor também não viu os placares informativos que a Câmara colocou, na semana passada, no início de cada rua que identifica os estabelecimentos que aí se encontram.
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