Acidentes de trabalho em destaque na Covilhã
Na União Europeia, a cada cinco segundos um trabalhador é envolvido num acidente de trabalho, e a cada duas horas há uma vítima mortal. Estes foram dados apontados na acção de sensibilização deste sábado no auditório da sede das Juntas de Freguesia da cidade da Covilhã, que teve por tema a “segurança e saúde no trabalho”.
> Ana Cristina FerreiraNo âmbito do Plano para a Integração de Imigrantes 2008/10, a Unidade Local da Covilhã da Autoridade para as Condições de Trabalho (ATC) promoveu neste sábado, dia 23, mais uma acção de sensibilização e de informação cujos destinatários foram os trabalhadores imigrantes dos concelhos da Covilhã, Belmonte, Fundão e Penamacor.
Sensibilizar os trabalhadores imigrantes para questões acerca da Segurança e Saúde no Trabalho, Prevenção de Acidentes Laborais e Doenças Profissionais, bem como proporcionar informação sobre os direitos e deveres na relação de trabalho foi a finalidade deste evento.
“Trata-se de desenvolver uma intervenção preventiva dos problemas com que estes cidadãos se poderão defrontar no âmbito das relações de trabalho que estabeleçam em território português”, menciona a Unidade Local da Covilhã da ATC.
Perante uma audiência restrita, composta maioritariamente por imigrantes, tudo foi tópico de conversa, desde a discriminação dos imigrantes até à igualdade de oportunidades que deverá haver entre um trabalhador nacional e estrangeiro.
Segundo José Ayres de Sá, subdirector da Unidade Local da Covilhã, “os trabalhadores imigrantes que executam a sua actividade profissional na região da Covilhã têm procurado os serviços locais da ATC para denúncia de ‘situações irregulares’”.
Adiantou ainda que, no último ano, alguns trabalhadores estrangeiros têm contactado “o serviço informativo” e feito “pedidos de intervenção”, despertando para “situações irregulares” relacionadas com falta de higiene e segurança nos locais de trabalho.
O subdirector não particularizou casos nem precisou o número de situações, mas garantiu que “algumas vezes” os imigrantes já procuram os serviços para denunciarem problemas laborais. Também admitiu que o número de autos levantados a empresários interligados com infracções relativas a questões laborais e às condições de higiene e segurança no trabalho “têm vindo a aumentar em 2008”, embora pondere que esse acréscimo “não esteja directamente indexado ao número de imigrantes, pois estes até têm diminuído” na região.
Durante toda a acção, alertaram-se os estrangeiros para a necessidade de cumprirem “com as prescrições de higiene, segurança e saúde no trabalho”, para que possam reduzir o risco de acidentes. Luís Lopes, coordenador executivo da Autoridade para as Condições de Trabalho, avisa: “Os acidentes de trabalho fazem mais mortos do que qualquer guerra. Se as empresas e trabalhadores cumprissem a legislação, muitos poderiam ser evitados”.
Multimédia