Rota dos Castanheiros mostra as cores do Outono
Num cenário com várias tonalidades cerca de 200 pessoas percorreram no último domingo, 9, os trilhos da Serra da Gardunha.
O convívio, o gosto pela montanha e a possibilidade de desfrutar do “espectáculo das cores do Outono na Serra da Gardunha” foram os motivos que levaram Ana Cláudia Ribeiro a participar na VI Rota dos Castanheiros, realizada em Alcongosta na manhã do último domingo, 9. Mas os mesmos motivos são invocados pelos restantes 200 participantes, mais de metade vindos de longe.
Embora natural da região, Francisco Candeias reside em Coimbra. “Conciliei o calendário da caminhada com a visita a São Vicente da Beira”, conta. “Vale a pena para ver estas cores próprias do Outono, não há destas manchas em todo o lado”, frisa, para justificar a deslocação à Terra da Cereja, agora em época da castanha.
Habituado a fazer caminhadas noutras paragens, Francisco Candeias destaca “o percurso bem estruturado, com passagem por várias quotas e sempre com uma boa perspectiva em termos paisagísticos”.
Os cerca de dez quilómetros, grande parte a pisar o tapete das folhas multicolores dos castanheiros, foram percorridos por mais gente que o esperado, tendo em conta iniciativas semelhantes a decorrer no concelho do Fundão.
Na óptica de Luís Martins, presidente da Junta de Freguesia de Alcongosta, a forte adesão, num dia em que as condições climatéricas foram favoráveis, deve-se ao entendimento de que “já é uma rota emblemática, que se tem vindo a consolidar e a ganhar cada vez mais adeptos”.
Paulo Fortunato, do Clube Académico de Alcongosta, destaca a “beleza ímpar do percurso, sobretudo nesta época do ano”, aliada à experiência que a Gardunha Viva, entidade organizadora, tem neste tipo de iniciativas.
Acabado de transportar as panelas com a feijoada para o almoço Nelo Abrantes, presidente da Gardunha Viva, realça o facto de “70 por cento” dos participantes virem “de fora”, como é o caso dos grupos de Alverca e Lisboa. Para quem é de perto o percurso revela-se “uma surpresa”. “Há quem pense que já conhece a Serra da Gardunha e quando passa por estes caminhos percebe que há coisas deslumbrantes que afinal não conheciam”, sublinha Nelo Abrantes.
A Rota dos Castanheiros é a segunda em Alcongosta, depois de a Rota da Cereja ter sido recentemente sinalizada de acordo com as normas internacionais. Mas existe a possibilidade de vir a mudar a designação, por existirem outras caminhadas com esse nome. A alternativa em estudo, segundo Luís Martins, é passar a chamar-se Rota do Gaio, o pássaro que mais planta, porque esconde as sementes, esquece-se onde as deixa e no local acabam por nascer árvores.
Certa é a vontade de valorizar a caminhada alusiva à castanha, associando-a a um outro percurso a criar em breve na localidade, a Rota dos Artesãos. As placas identificativas vão ser colocadas à porta das oficinas dos cesteiros e esparteiros nas próximas semanas. A grande meta é depois aliar isso à realização de uma feira do artesanato, que este ano não foi possível concretizar por motivos de saúde, explica o presidente da Junta de Freguesia.
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