Trinta anos de pintura de Fernando Simões
Reproduções de Arte Sacra, exteriores, natura, personna e retratos, foram alguns dos temas que puderam ser apreciados numa exposição criada por Fernando Simões, um pintor egitaniense que está a comemorar trinta anos de carreira.
> Rita BritoO artista plástico exibiu, durante o mês de Outubro, na galeria de exposições “Tinturaria”, cerca de cem quadros. Esta foi já a terceira vez que Fernando Simões expôs as suas obras aos covilhanenses.
Desde 1978, ano em que realizou a sua primeira mostra, juntamente com Abalada Canário, o artista tem vindo a participar em inúmeras iniciativas a nível nacional e internacional.
Influenciado pelo surrealismo, o criador dedica-se à arte já desde os 17 anos de idade. Desenvolve pinturas em vários suportes – em papel, tela, madeira – e utiliza como base - óleo, têmpera, pastel seco, e pastel de óleo.
No entanto, Fernando Simões destaca duas vertentes que considera fundamentais: uma dedicada a um estilo mais peculiar, onde costuma representar a figura humana em MDF – material feito com serradura -, e outra virada para a pintura mais tradicionalista, onde utiliza pastel seco sobre papel de algodão.
Com a evolução, o artesão desenvolveu uma técnica de pintura especializada exclusiva em Portugal – pintar Arte Sacra no estilo barroco utilizando pastel seco – uma espécie de giz – sobre o material de algodão. É algo inovador no mundo artístico: “Com um material menos nobre conseguem reproduzir-se qualquer tipo de obras. A Covilhã, se quiser estar no mapa das cidades onde se desenvolve arte, tem de deixar de ser convencional,” defendeu Fernando Simões.
O desconhecimento sobre a arte por parte dos indivíduos e a falta de críticos nesta área foram alguns dos elementos apontados pelo autor para descrever a situação da Arte no nosso país. Para o pintor deve dar-se mais importância aos hábitos dos indivíduos do que propriamente à questão económica. “Essencialmente não é a adesão que mais me preocupa. O que mais me preocupa é a falta de hábito quotidianos das pessoas lidarem com a arte”.
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