Exposição de Morais do Convento
Relacionada com as comemorações alusivas ao dia da cidade, esteve patente ao público no Museu de Arte e Cultura da Covilhã de 20 a 26 de Outubro, uma mostra inédita do artista Manuel da Silva Ramos, natural da Covilhã
> Carla NicolauManuel de Morais da Silva Ramos, mais conhecido por Morais do Convento, artista dos mais diversos ramos das artes plásticas, nasceu na freguesia de Santa Maria Maior, na Covilhã, a 1 de Janeiro de 1806.
Como forma de homenagem a este artista, e atendendo às comemorações do dia da cidade, uma mostra de cerca de 20 peças assinadas pelo artista, que são propriedade do Museu da Vista Alegre, da Casa Pia, da Associação Cava Juliana, e de Maria Odete Canaveira Tourais, uma das trinetas de Morais do Convento, residente na Covilhã. Foi este vasto espólio de peças do artista que esteve agora exposto ao público, de 20 a 26 de Outubro.
Desenhador, pintor, modelador, escultor, gravador, ourives e medalhista de mérito, muitas foram as áreas que este artista dominou.
O seu percurso de vida, vivido entre a Covilhã, Lisboa e Porto, foi repleto de experiências marcantes.
Primeiramente, trabalhou numa modesta oficina de serralharia na Covilhã, sendo posteriormente admitido na Real Casa Pia de Lisboa, onde frequentou a Aula Pública de Desenho, e onde começou a revelar a sua enorme vocação para o desenho e para a pintura.
Aos dezoito anos entra para a Brigada Real da Marinha, indo depois para o Porto, onde o seu talento como medalhista e escultor o distinguiu.
Trabalhou na Fábrica de Louças da Vista Alegre, esculpiu santos em madeira de buxo para as igrejas (muitos deles presentes em igrejas do Porto) e produziu imensos candelabros e salvas em prata.
O seu talento de escultor exímio também o conduziu porém a actividades menos próprias. Ao reproduzir na perfeição libras em ouro, foi preso, arguido de moedeiro falso na cadeia da Relação do Porto.
De regresso à Covilhã, bastante combalido a nível de saúde, adquiriu as casas do antigo Convento de Santo António, onde viveu os últimos anos da sua vida de modo “apagado”.
Viria a falecer a 26 de Setembro de 1872, sendo sepultado no cemitério da sua cidade natal, onde se encontra o busto que ele próprio executou.
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