Voltar à Página da edicao n. 458 de 2008-10-28
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A mais recente peça do Teatro das Beiras sobe agora ao palco em Manteigas

“Hotel de Província” em Manteigas

Auditório do Centro Cívico de Manteigas vai ser palco da mais recente peça do Teatro das Beiras. A adaptação do texto de Aleksandr Vampilov vai ser apresentada no próximo dia 8 de Novembro às 21.30 horas.

> Eduardo Alves

Após a temporada no Auditório do Teatro das Beiras, que acabou a 18 de Outubro, o Teatro das Beiras começou a digressão de Hotel de Província”de Aleksandr Vampilov, em Vila Real de Santo António e em Évora, sendo agora o palco do Auditório do Centro Cívico de Manteigas que recebe este espectáculo. Um evento inserido no programa Território Artes, apoiado pela Câmara Municipal de Manteigas.
Este é um espectáculo construído a partir da comédia em um acto, “Incidente com um compaginador” e tem encenação de Gil Salgueiro Nave.
A acção desenrola-se num hotel estatal algures na longínqua Sibéria onde o protagonista, um funcionário público de irrelevante importância social, se comporta como um cacique de poderes ilimitados, excedendo-se no seu exercício. Os conceitos de ordem e disciplina ganham um estranho sentido absurdo e incongruente num pequeno mundo donde parece ter-se ausentado a sensatez e a humanidade. A chegada de um novo hóspede ao hotel e uma vez equivocada a sua identidade, põe toda a estrutura de poder e chefia em causa, o hotel entra em colapso e desmorona-se caoticamente.
Como em outros momentos da história do teatro, também aqui a comédia é a forma de exorcizar fantasmas e pôr a ridículo os “poderosos” mesmo se o seu poder é mesquinho, insignificante e efémero.  
Vampilov denuncia nesta comédia, a corrupção não apenas nas altas instâncias, mas nos mais pequenos funcionários, insignificantes  sem identidade mas que mesmo assim exercem o seu escasso poder de forma tirânica. Apesar da sua curta carreira, interrompida tragicamente aos 35 anos de idade, Vampilov marcou definitivamente uma nova geração de autores, podendo mesmo falar-se do teatro russo pós Vampilov, onde é latente a memória de Tchekov ou Gogol.
A tradução do texto ficou a cargo de Luís Nogueira e a encenação é de Gil Salgueiro Nave. Luís Mouro assina a cenografia e figurinos, enquanto que Vasco Mósa é o responsável pela iluminação e sonoplastia. A interpretação é de Fernando Landeira, João Ventura, Luís Campião, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho.


A mais recente peça do Teatro das Beiras sobe agora ao palco em Manteigas
A mais recente peça do Teatro das Beiras sobe agora ao palco em Manteigas


Data de publicação: 2008-10-28 00:05:00
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