Murteira Nabo fala da crise
Foi um desfecho em grande das Jornadas de Economia. Murteira Nabo, veio à Covilhã como presidente da Ordem dos Economistas, falar sobre a importância desta profissão num tempo em que “crise” é a palavra de ordem.
> Eduardo AlvesVários dias de seminários e palestras marcaram mais um evento promovido pelo Núcleo de Estudantes de Economia da UBI. Nestas últimas jornadas, estiveram na Covilhã diversos nomes sonantes da economia, da indústria e das finanças, mas também, representantes das Pequenas e Médias Empresas.
Tudo para conseguir transmitir aos alunos de economia, gestão e outras áreas próximas, uma imagem fiel do mercado de trabalho, do mundo financeiro e dos negócios. De entre o vasto leque de convidados, destaque para Murteira Nabo, presidente da Ordem dos Economistas e também da GALP.
O antigo presidente do Conselho de Administração da Portugal Telecom veio à UBI para falar essencialmente “sobre a Ordem dos Economistas e sobre os benefícios de pertencer a este grupo profissional”. Um facto que o responsável máximo pela estrutura quis clarificar, até porque “à luz da legislação em vigor em Portugal, todos os licenciados que desempenham funções nesta área, são obrigados a estarem inscritos na Ordem”. Contudo, foi o próprio presidente do organismo a afirmar que, na prática, o cenário é bastante diferente. Segundo número “ainda por confirmar”, a Ordem dos Economistas estima que em Portugal existam cerca de 40 mil licenciados a trabalhar nesta área, dos quais “apenas 12500 estão inscritos na Ordem”. Contudo, Murteira Nabo foi o primeiro a dizer que “não é intenção deste órgão perseguir ninguém”.
Para um público composto quase em exclusivo por alunos de Economia, o presidente da Ordem explicou ainda que “esta tem como funções públicas, a regulamentação, certificação e idoneidade dos seus profissionais”, daí ter sublinha diversas vezes, a importância de se pertencer a este organismo. A forma de entrada na Ordem tem vindo a levantar alguma discussão entre os seus membros. Isto porque “com a implementação do Processo de Bolonha e com a reformulação das licenciaturas, houve também a necessidade de rever outras coisas”, explica o presidente. Neste momento, a questão que se coloca “passa pelo nível de formação mínimo que deve ser exigido a um novo membro deste organismo”.
Mas num tempo em que “crise” é uma das palavras mais escutadas, Murteira Nabo não pode deixar de falar no assunto. Segundo o chairman da GALP, “a actual crise financeira é uma das muitas que vamos ter”. Isto porque “estamos perante uma mudança de paradigma”. A passagem da era industrial, para uma nova era, a do conhecimento, “está a provocar grandes confrontos”. Daí que a recomendação do presidente da Ordem dos Economistas vá para “um futuro focado na sustentabilidade” e também “na formação contínua dos profissionais”.
O prestígio das instituições universitárias e a excelência dos seus alunos vão também, segundo Murteira Nabo, ser requisitos cada vez mais em voga e com um peso mais significativo.
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