UBI desenvolve tecidos inteligentes para acamados
Uma equipa da UBI, coordenada pelo professor Nuno Belino do Departamento de Ciências e Tecnologias Têxteis, está a desenvolver uma investigação industrial no âmbito do têxtil electroactivo, juntamente com o Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), que terá a seu cargo a condução e avaliação dos testes de campo em ambiente real (a nível hospitalar e ambulatório).
> UrbiEste projecto tem por objectivo minimizar o desconforto e feridas dos doentes acamados ou imobilizados em cadeiras de rodas, por exemplo. Os promotores do projecto designado “MEDTEX – Revestimentos Têxteis Inteligentes para Acamados e Pessoas com Mobilidade Reduzida” visam integrar sinergicamente soluções avançadas de materiais têxteis, sistemas electrónicos, ergonomia, design e de construção no desenvolvimento de uma nova estrutura electrotêxtil multifuncional, passível de ser aplicada em produtos têxteis no âmbito da saúde e medicina humana.
Esta estrutura “inteligente” poderá ser adaptada a diversas aplicações, particularmente, no revestimento de colchões hospitalares em unidades de cuidado intensivo ou alas de internamento para doentes acamados ou com limitações funcionais de movimento, permitindo monitorizar o tempo de permanência de um paciente numa determinada posição anatómica, revelando os pontos de pressão mais activos, e emitindo, caso se justifique, um alarme para correcção da posição do paciente. Outros campos de utilização preferencial são os revestimentos para cadeiras de rodas, resguardos para braços e pernas, e ainda, calçado ortopédico.
A nova estrutura electrotêxtil tem integrada uma matriz de sensores piezoeléctricos/piezoresistivos, que possibilitam a aquisição, armazenamento e emissão do sinal em tempo real para um computador remoto, onde se encontra o algoritmo de controlo e os parâmetros de personalização do paciente. O sistema pretende-se acessível através da internet e/ou do telemóvel.
Este tipo de produtos proporciona uma ajuda à protecção das zonas do corpo envolvidas na acção mecânica de suporte e de movimento, melhorando ainda o conforto através da absorção da humidade e da permeabilidade ao vapor de água, criando um microclima que promove a regulação da temperatura corporal e da humidade, maximizando o conforto termofisiológico do paciente.
O seu sistema de sensorização remota da posição anatómica do paciente, o seu carácter bioactivo e multifuncional, bem como as suas propriedades de conforto termofisiológico maximizado, permitem potenciar a terapêutica preventiva da formação de escaras e de úlceras de decúbito em doentes acamados e imobilizados, reduzindo os custos associados ao tratamento destas patologias, melhorando significativamente o esforço de supervisão humana e o bem-estar e conforto dos pacientes.
O projecto terá a duração prevista de dois anos e engloba um conjunto de parceiros estratégicos com equipas multidisciplinares que actuam em diferentes vertentes de conhecimento e áreas de intervenção complementares. Este consórcio é constituído por uma empresa promotora produtora da matéria-prima, detentora da cadeia produtiva e do circuito logístico de distribuição (QSC) e por duas entidades do SCTN, que são a UBI e o INOV – INESC.
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