Os políticos «de todos os quadrantes» reconhecem as dificuldades do interior, logo devem dar expressão ao que dizem, só assim, seremos um país solidário e justo. Aliás, já alguém disse que a melhor maneira de ajudar o litoral é investir no interior…,
O papel do Estado não deve ser reduzido, antes pelo contrário, há que discriminar positivamente o interior do país; atacando com coragem o grave problema da desertificação.
Portugal, é um Estado altamente centralista, o país europeu que menos equitativamente redistribui os dinheiros públicos. Nenhum governo, se pode guiar apenas por critérios estatísticos, o encerramento massivo de serviços públicos, deveria estar sujeito a estudos de impacto social.
A desertificação das actividades humanas é alarmante no território nacional, fruto do abandono da agricultura, da falta de investimentos, de empregos, das escassas infra-estruturas. O interior não precisa de " caridadezinha ", exige que lhe dêem a oportunidade de sobreviver, e de se desenvolver em pé de igualdade de direitos com o resto do país.
Pela análise do PIDACC, constata-se quebras dramáticas para o interior. O programa PRACE parece só ter a vertente orçamental de contenção de custos, como lógica para o Interior esquecido… A Lei das Finanças Locais, vai acentuar as assimetrias regionais. Imagine-se mais penalizadora para os municípios do interior e com menos habitantes.
O Mapa PIN de Portugal é, ele próprio, o espelho do Mapa da Desertificação, do Desequilíbrio e do Despovoamento, concentra os grandes investimentos no litoral, sendo pouco significativo o número dos que se irão implantar no interior de Portugal.
Esta política de abandono do interior, é uma política cega, obcecada por meros critérios quantitativos.
O turismo cultural é e continuará a ser um vector a explorar, a gastronomia, os produtos endógenos, a cultura, o património arquitectónico e religioso, mas os investimentos escasseiam e são burocraticamente morosos.
O país não pode continuar a desperdiçar oportunidades… A “BEIRA INTERIOR”, arrisca-se a ser um imenso espaço desertificado.
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