Professor da UBI mede Quilimanjaro
O professor do Departamento de Informática da UBI, Rui Fernandes, está a liderar a expedição internacional que vai medir o Monte Quilimanjaro, na próxima semana.
> UrbiO docente de Sistemas de Informação Geográfica da UBI e investigador do Instituto Geofísico D. Luis lidera um grupo de 14 investigadores de cinco países.
O projecto tem como objectivo medir a altura actual do monte Quilimanjaro. Para tal, serão combinados os dados de GPS (Global Positioning System) com dados da gravidade.
O projecto surge pelo facto de as anteriores medições do pico Uhuru, o ponto mais elevado do Quilimanjaro, efectuadas no século XX, na época colonial e nos anos 90, esta última através de GPS, terem ditado diferentes valores para a sua altitude - 5.895 e 5.892 metros, respectivamente - resultados que os especialistas ainda hoje questionam.
"O Quilimanjaro é a montanha mais alta do mundo cujo topo pode ser alcançado a pé, sem recurso a equipamento de escalada", declarou Rui Fernandes. A expedição deverá permitir uma medição precisa da altitude, a partir de cálculos científicos "nunca antes realizados".
A introdução do GPS nas medições de altitude veio permitir fazer esses cálculos em relação ao elipsóide, a superfície geométrica que melhor representa a forma da Terra, ao passo que as medições convencionais tinham em conta o nível médio das águas do mar. Paralelamente, vai ser medida a gravidade em diferentes pontos do antigo vulcão coberto de neve, localizado próximo da fronteira com o Quénia.
“Este projecto é uma extraordinária combinação entre motivação científica (aplicação de novas técnicas de medição geodésica), problemas técnicos (dificuldades computacionais a altas altitudes) e desenvolvimento do conhecimento humano, refere o investigador no blogue da expedição.
A equipa ficará instalada em Moshi, a cidade tanzaniana mais próxima do Quilimanjaro, iniciando os trabalhos no dia 01 de Outubro. A subida será feita em jipes até aos 1.800 metros de altitude. Os 30 quilómetros que se seguem até ao pico Uhuru serão feitos a pé, transportando o equipamento com a ajuda de carregadores locais. Dos 14 investigadores, apenas seis vão escalar o monte, ficando os restantes fora do parque nacional do Quilimanjaro, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade em 1987.
Quando atingirem o cume da "montanha branca", os investigadores vão assinalar o momento com um brinde de "Licor Beirão", um dos patrocionadores da iniciativa. Os outros patrocinadores são a Fundação para a Ciência e Tecnologia, que atribuiu um financiamento especial ao projecto, a Câmara Municipal da Lousã, a agência de viagens Paneuropa e a Trimble, uma marca norte-americana de equipamentos de precisão.
Participam institutos de investigação da Universidade da Beira Interior, Algarve, Coimbra e Porto. O projecto envolve ainda entidades da Tanzânia, Quénia, Egipto e Holanda.
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