O mês de Setembro marca o regresso às aulas. Famílias, professores e encarregados de educação entram numa azáfama natural para que tudo corra o melhor possível no funcionamento da escola.
É assim todos os anos. Por vezes, surgem problemas. Este ano, já estalou uma polémica com a questão do material escolar.
Pais e agentes da educação consideram que as escolas exigem uma exorbitância de material que os professores tentam explicar ser necessário para um bom aproveitamento dos alunos. Mas o encargo financeiro atinge somas elevadas para as famílias. Por isso, as associações de pais propõem ao menos parcialmente a utilização do material do ano anterior.
Espera-se que prevaleça o bom senso. E que não se criem encargos financeiros pesados para as famílias em tempo de crise económica.
Mas há um problema que já se tornou recorrente nas escolas e do qual não se deve ter medo de falar sem ambiguidades. Trata-se da educação para a autoridade.
Por complexo de certas teorias das ciências a educação, por laxismo ou até para se ser simpático ou não criar traumas aos meninos e meninas, a questão da autoridade é adiada. Ora a educação para autoridade inscreve-se nos valores que a escola tem de cultivar e desenvolver. E, claro está, não só a escola mas também a família.
Aliás, a educação para a autoridade começa precisamente na família. Os pais são os primeiros educadores. Quando a família não dá os princípios de base, dificilmente a escola o fará. Até acontece que a escola acaba por desfazer os princípios dados na família quando alguns professores não sabem cumprir os seus deveres ou não assumem as suas responsabilidades.
Aos pais compete acompanhar com atenção dobrada os trabalhos escolares dos filhos. E a escola só tem ganhar se envolver os pais em todo o processo educativo. Mas não é a escola que dá as normas educativas. No processo da formação integral, a escola colabora com os pais.
É fundamental não confundir educação com permissividade. Nem autoritarismo com autoridade. Os pais e os professores não podem comportar-se como ditadores. Mas também as crianças e os jovens não devem fazer o que lhes apetece. Antes do apetecer está o dever.
Uma educação na responsabilidade forma homens e mulheres conscientes da sua missão no mundo e na sociedade. Uma educação permissiva gera delinquentes.
E não se tenha medo dos “traumas” das criancinhas. Um dia elas vão agradecer. Porque verão os valores que lhes foram transmitidos.
As famílias têm uma grande responsabilidade nos tempos actuais. Por isso, haverá que contar com dificuldades a exigir muita coragem e muito heroísmo.
A melhor herança que os pais deixam aos filhos, não são os bens materiais mas uma boa educação que os torne conscientes, responsáveis e honestos na construção de um mundo mais justo e fraterno.
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