Os segredos do Império Português
Porque o conhecimento do passado é fundamental para um bom planeamento do futuro, são muitos os que se dedicam a interpretar acontecimentos remotos e desvendar os segredos do tempo. Alexandre Luís, docente da UBI, teve esse mesmo objectivo na sua tese de doutoramento.
> UrbiOs feitos conseguidos pelos portugueses na Época dos Descobrimentos continuam a servir de bandeira à nação lusa. São uma das principais imagens no mundo, esse mundo que Portugal e os aventureiros portugueses ajudaram a unir.
Alexandre António da Costa Luís, docente no Departamento de Letras da universidade da Beira Interior, sempre se mostrou um exímio investigador e um apaixonado pela história dos descobrimentos. Desta feita, a sua tese de doutoramento, agora apresentada na Universidade de Coimbra, versou “quase obrigatoriamente”, sobre esta mesma época.
A Sala dos Capelos acolheu a defesa destes estudo na área de História, especialidade de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Um trabalho que é agora desvendado à comunidade científica, intitulado “Na Rota do Império Português (da Formação da Nacionalidade ao Apogeu Imperial Manuelino)”.
O objectivo fundamental desta dissertação de doutoramento centrou-se “no estudo da formação do Império Português, revisitando, compreendendo e descrevendo o processo expansionista que lhe deu origem, até ao apogeu do rei de reis D. Manuel”. O autor procedeu principalmente ao diagnóstico e à explicação da época a partir da qual o referido processo passou a assumir uma essência imperial “esta situação inicia-se ainda durante o reinado de D. Afonso V, inaugurando os primeiros “batimentos cardíacos” do conjunto imperial”, diz Alexandre Luís, institucionalizando o Império “primeiro no recinto afro-atlântico e mais tarde, já no século XVI, no Índico e na costa da Terra da Vera Cruz”.
O referido investigador optou, igualmente, por tentar perceber que tipo de reino constituía Portugal antes dos Descobrimentos, caracterizando-o preferencialmente ao nível das suas virtudes e fraquezas “existenciais”, recuando inclusive ao tempo da sua emancipação do Império de Leão. Por outro lado, a abordagem encetada ao tema da materialização da entidade imperial lusa exigiu, necessariamente, o levantamento e a análise de, pelo menos, alguns elementos nucleares (tecnoestrutura militar, ideologia, informação, língua, entre outros aspectos) que compunham o respectivo modelo de organização hegemónica, conferindo-lhe, por exemplo, lógica e funcionalidade.
A mencionada dissertação foi preparada sob a orientação de João Marinho dos Santos, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Coordenador Científico do Centro de História da Sociedade e da Cultura da mesma instituição, tendo obtido a classificação máxima: Aprovado com Distinção e Louvor (por unanimidade).
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