“Vila vermelha” recebe visita de Jerónimo
A vila operária do Tortosendo, conhecida em outros tempos, por ser um “bastião comunista” recebeu a visita de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português.
> Eduardo AlvesFoi entre ranchos e músicas de intervenção que se aqueceram os ânimos e se preparou a festa. O Parque de Merendas do Tortosendo foi recebendo militantes do PCP que vieram de vários pontos do concelho, todos com o mesmo objectivo: ver e ouvir Jerónimo de Sousa.
Gabriel Carrola, único membro da Assembleia de Freguesia eleito pelo PCP aponta para o grupo de duas centenas de pessoas e garante que a imagem “é a de um partido renovado e que tem condições para continuar e conseguir grandes resultados”. A visita do secretário-geral, “vem contribuir, ainda mais, para que esta continuidade seja uma certeza”. O representante do partido adianta que “não temos conseguido os melhores resultados, os que se conseguiram noutros tempos, mas estamos a trabalhar para isso”.
Jerónimo de Sousa também espera isso mesmo. À sua chegada largam-se as sandes de presunto e o copo de vinho tinto, deixam-se as “minis” em cima dos balcões de cimento espalhados pelo parque de merendas e terminam-se, de forma abrupta os jogos de damas e xadrez. Depressa a multidão acorre para perto do operário que chegou ao mais alto cargo do PCP e envolvem aquele homem alto e de pele bronzeada, num manto de bandeiras vermelhas e de abraços. Os mais arrebatados pelo carisma do líder choram quando o abraçam e Jerónimo faz questão de abraçar toda a gente, de abraçar “os membros de uma vila que ao longo do fascismo nunca deixou cair a bandeira da esperança, a bandeira da liberdade”.
O responsável máximo sobe ao palco para pedir “uma união séria que combata as políticas de direita, de um governo que se diz socialista”. Jerónimo de Sousa veio ao Tortosendo, à Beira Interior pedir para que os militantes “os eleitores, todos pensem na hora de colocar uma cruz no boletim de voto”. Segundo o líder comunista, “muito tem sido tirado a esta parte do País, a uma parte que já pouco tem para dar”.
A visita do secretário-geral “serviu sobretudo para dar uma sapatada na política local, nas medidas autárquicas” e chamar gente para o partido, diz Gabriel Carrola. Ainda sem desvendar nomes ou estratégias, este membro da comissão política local diz que o grupo está já a preparar as próximas eleições.
Multimédia