Portugal em alta velocidade
Uma das mais recentes polémicas em torno dos investimentos públicos e dos transportes chega a Portugal em “alta velocidade”. O projecto de instalação de linhas do comboio de alta velocidade divide políticos, especialistas, docentes e todo um vasto conjunto de classes. A mobilidade está em análise e o debate promete “acelerar” ainda mais.
> Eduardo AlvesA ideia há muito que parecia vir a caminho. Mas nunca como agora, conseguiu atingir as velocidades desejadas. Nos últimos tempos, a crise dos combustíveis e algumas posições por parte do governo atiraram para os assuntos prioritários o dossier “TGV”, que o Urbi lhe mostra, em pormenor, na infografia.
São muitos os sectores da sociedade que se aprontam para a discussão do tema e este ganha cada vez mais velocidade.
Nesta matéria, Portugal está dependente da vizinha Espanha para viabilizar os seus projectos de comboios de alta velocidade. Os traçados construídos em solo luso terão sempre de coincidir com as propostas do país vizinho, de modo a que o comboio de alta velocidade consiga afirmar-se como uma alternativa ao avião. Nesta matéria, quer os governos sociais-democratas, quer os socialistas, têm apostado num projecto que comece por ligar Lisboa a Madrid em cerca de três horas e numa fase posterior juntar uma ligação entre a capital portuguesa e o Porto que continua para a cidade espanhola de Vigo.
Muitos têm sido os que consideram o projecto “inviável”. Desde ecologistas a autarcas, as críticas começam a avolumar-se, à medida que o governo começa a avançar com a ideia. Contudo, os mais recentes acontecimentos relacionados com o preço dos combustíveis vieram conceder algumas vantagens aos apoiantes do TGV.
Pedro Almeida, docente da UBI e um dos membros da Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás (Peak Oil) adianta que o comboio de alta velocidade “é uma das possíveis soluções face ao actual cenário”. Segundo os especialistas, o preço dos combustíveis não vai conhecer diminuições, daí que os transportes aéreos venham a conhecer um retrocesso no número de passageiros e um aumento de custos de utilização. Desta forma, o TGV acaba por ser uma das melhores soluções. Para além de conseguir ser uma alternativa, este meio de transporte “ganha também destaque por ter capacidade de ser movido a electricidade”.
Segundo as informações divulgadas pelo executivo governamental, a construção desta linha irá arrancar já este ano. Numa primeira fase, será construída a ligação entre Lisboa e a fronteira, com um custo de 2400 milhões de euros. Numa segunda fase, está prevista a ligação entre Lisboa e Porto.
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