Instalou-se a polémica por causa dos exames nacionais do 12º ano. Na verdade a polémica já é habitual, mas este ano não se deve a erros nem a perguntas ambíguas: a controvérsia está relacionada com a alegada facilidade dos exames nacionais. Para a Sociedade Portuguesa de Química, o exame de Física e Química era demasiado fácil e algumas perguntas exigiam apenas que “o aluno soubesse ler”. A Sociedade Portuguesa de Matemática não foi tão radical, mas também considerou os exames de Matemática mais fáceis do que os do ano anterior, salientando que o baixo grau de exigência “não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham dos que pouco trabalham.” Os alunos do Colégio Valsassina, o nº 1 no ranking nacional de Matemática, afinaram pelo mesmo diapasão e queixaram-se de que faltavam questões que permitissem distinguir “um aluno mediano de um aluno bom”.Curiosamente, ou talvez não, o que agora se diz das provas do 12º coincide com o que foi dito em relação aos exames nacionais do 9º ano realizados na semana anterior. Como seria de esperar, o alegado facilitismo é negado pelo Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, entidade responsável pela elaboração das provas.Embora não consiga avaliar o grau de dificuldade das provas, estou certo que a razão está do lado dos professores, pais e alunos: a fasquia terá baixado para melhorar as estatísticas do ensino em Portugal.Se nos exames do 9º ano o problema pode ser analisado apenas do ponto de vista político, no caso dos exames do 12º a situação é bem diferente. Desde logo porque se trata de uma exame de seriação que de tão fácil pode acabar por não cumprir a sua função de ordenar qualitativamente os alunos. Em segundo lugar, e não menos grave, porque de uma forma artificial se vão colocar no Ensino Superior alunos que não têm preparação suficiente para prosseguirem estudos. O resultado só pode ser um enorme aumento das reprovações nos primeiros anos, um flagelo que já agora afecta o Ensino Superior e que tem sido destacado por todas as Comissões de Avaliação deste grau de ensino.
> guidafolgado @ gmail . com em 2008-06-25 20:38:48
Mas infelizmente com este governo, só contam numeros e estatísticas. Só se trabalha para gráficos e médias, porque pensar no racional, dá muito trabalho... É triste a actual situação política que vivemos que infelizmente abarca todos os ministérios, com um único objectivo: numeros, estatistica e "pela primeira vez" (como muito gosta de dizer o PM) resultados positivos... E o mais triste é que quem se lixa é o Zé Povinho que continua quieto e a aguentar tudo de cara alegre e viva o futebol!
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