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Duas das principais correntes filosóficas estiveram em análise na UBI

Levinas e Heidegger discutidos na UBI

A professora Sarah Allen trouxe até à Universidade da Beira Interior a sua análise no campo da filosofia do neutro, apoiando-se no estudo de Emmanuel Levinas, Heidegger, e no multiculturalismo.

> Jaime Laranjo

A sala dos conselhos recebeu a oradora Sarah Allen, da Universidade Concórdia do Montreal, e os muitos interessados na conferência que ia apresentar, na sua grande maioria alunos. O objectivo da oradora foi analisar a possibilidade e o desejo de neutralidade no diálogo e interacção entre seres humanos, a nível interpessoal ou sócio–político. Sendo certo que nunca partilharemos a mesma língua e cultura, “haverá algum tipo de experiência comum para toda a humanidade?” questionou a professora, lançando assim uma pergunta de partida.
Dividiu a sua participação em três pontos essenciais: a tradição filosófica e a neutralidade; a religião em Levinas e Heidegger; e o espaço, religião e neutralidade no público secular.
No primeiro ponto, em resposta à natureza da tradição, defendeu que “Levinas quer privilegiar a dimensão interpessoal da existência humana, pondo constantemente o seu domínio em questão”. Partindo do princípio de que o neutro é “realmente neutro, impessoal e imparcial”, sublinha que a neutralidade ainda se mantém como “um ideal perigoso e indesejável para Levinas, já que a neutralidade traz a despersonalização, e despersonalização é sinónimo do mal no autor”.
Já no campo da religião, a docente reiterou a ideia de que “é necessário uma terceira pessoa, um mediador, um juiz, ou pelo menos um horizonte comum”, para garantir justiça nas interacções e diálogos. Em Levinas a ética é verdadeira religião e o sentido primordial da religião será encontrado na ética, e como tal, “não há religião à volta das nossas relações com outros seres humanos”, sustentou Sarah Allen.
A finalizar a sua participação, fez uma breve referência ao processo de secularização no espaço público, religioso e de neutralidade, afirmando que “entrámos na idade das identidades”, deixando a idade das repúblicas organizadas em torno de um objectivo relativamente claro. “Vivemos na democracia das identidades, acompanhadas por políticos de identidade e reconhecimento”.
A conferência teve o seu término de seguida, tendo a professora canadiana prometido continuar o seu estudo neste campo.


Duas das principais correntes filosóficas estiveram em análise na UBI
Duas das principais correntes filosóficas estiveram em análise na UBI


Data de publicação: 2008-06-24 00:00:00
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