Alunos da Sequeira ajudam o ambiente

Na Escola da Sequeira, um grupo de alunos do curso de electricidade construiu um sistema de produção de energia eléctrica que fornece corrente para iluminar a sala de aula. Assim, a própria escola poupa na factura da luz

Alunos do curso de electricidade e energia da Escola Básica 2,3 da Sequeira, Guarda, construíram um sistema de produção de energia eléctrica a partir da luz solar, que fornece corrente para iluminar a sala de aula.
O projecto, que foi realizado nos dois últimos meses, pelos cerca de vinte alunos da turma, funciona associado a um contador bi-horário de electricidade, e no caso de ser aplicado na casa dos consumidores, permite reduzir significativamente a factura eléctrica mensal, disse à Lusa fonte da escola.
Segundo o professor Paulo Nabais, a turma desenvolveu um sistema autónomo de energia, com utilização de um painel solar "que vai carregar um banco de baterias, que transforma a energia acumulada em energia de 220 volts, igual àquela que temos em casa". A corrente eléctrica produzida serve para iluminar a sala de aula, situação que é valorizada pelo docente, ao referir que o sistema "permite utilizar a energia captada pelo sol, evitando gastos à própria escola em termos energéticos". "Além disso, é um esquema que está projectado de tal forma que pode, facilmente, ser montado em casa das pessoas, individualmente, em que permite poupanças de quase 50 por cento, utilizando um contador bi-horário, que permite consumir energia eléctrica da rede, durante a noite, quando o custo é mais baixo", adianta.
O sistema é constituído por uma placa fotovoltaica, um regulador (regula a carga que a bateria tem e quando estiver carregada não absorve mais), um ondulador (transforma a energia da bateria em energia normal e corrente de 220 volts), um controlador (que indica a energia produzida e consumida), fusíveis, um banco de baterias e um quadro eléctrico (que permite a comutação com a rede eléctrica da EDP). Paulo Nabais garante que este projecto, a ser aplicado numa casa de habitação, representa "uma poupança considerável nos custos" da electricidade.
Mesmo nos períodos de Inverno, o sistema é económico porque "para carregar o banco de baterias, só vai buscar energia eléctrica da rede durante o período da noite, quando é mais barata, e essa energia é gasta, depois, no período diurno", aponta.
Como a sua utilização estará sempre associada a um contador bi-horário, Paulo Nabais assegura que, no caso da utilização doméstica, "na factura da EDP, a referência às horas cheias [quando a electricidade é mais cara do que nas denominadas horas de vazio] vai aparecer a zero, com ganhos consideráveis para o consumidor". O sistema desenvolvido pela turma da escola da Guarda envolveu custos de dois mil euros, mas segundo o professor, o investimento é "rapidamente recuperado", tendo em conta a poupança que representará.
Grilo dos Santos, director do conselho executivo da Escola Básica 2,3 da Sequeira, afirma à Lusa que o projecto possui uma importância didáctica e educativa "muito grande". "Não é tanto pelo valor que se poupa em energia [por iluminar a sala de aula com o recurso à energia solar] mas por aquilo que eles podem aprender em relação à maneira como funcionam as novas energias", diz. Aponta que numa sala de aula, a poupança de energia com recurso ao sistema, "é uma gota no oceano, mas se for numa casa familiar, tem interesse". O dirigente destaca o facto de os alunos poderem aplicar esta tecnologia "na sua vida profissional", quando terminarem o curso que lhes dará a equivalência ao 9º ano e um diploma profissional de electricista. "A escola educa para as novas tecnologias e aqui está um bom exemplo que os alunos podem levar para a vida profissional", remata Grilo dos Santos.
Os alunos que desenvolveram o projecto assumem tratar-se de um sistema "interessante" e "com futuro". "É interessante e fácil de concretizar", admite o aluno André Pinto, de 18 anos, mostrando-se esperançado que o sistema tenha "uma grande aceitação pelos consumidores porque permite poupar muito na factura da electricidade".
"Gostei muito de trabalhar neste projecto", declara, Richard Sampaio, de 17 anos. "Quando o professor nos falou na ideia, achámos que era difícil de concretizar, mas até foi fácil", conclui.
Segundo o professor Paulo Nabais, o projecto está em aperfeiçoamento contínuo, indicando que os alunos já estão a desenvolver um sistema que permite "automatizar a placa fotovoltaica para que, automaticamente, possa fazer o seguimento do sol", sem necessidade de intervenção humana. "A nossa ideia é que os alunos saiam daqui com o curso de electricidade de nível II e com conhecimentos completos sobre as várias energias alternativas", observa. "Em vez de serem electricistas normais, queremos que sejam electricistas de vanguarda", conclui o docente.

> p . silva14 @ gmail . com em 2008-07-22 20:24:13
gostaria se existe a possibilidade de me enviarem fotos e um projecto detalhado para eu poder fazer o mesmo em minha casa.sou um estudante e um trabalhador tenho pouco dinheiro mas gostava de poupar mais um pouco. muito obrigado pela vossa compreenção. bem haja para todos

> mendesjap @ gmail . com em 2008-07-04 13:12:53
Estou interessado em saber um pouco mais como funciona esse sistema. Pode o mesmo ser instalado num condominio para aproveitamento electrico na luz da escada e ou corrente electica para elevadores? Agradecia resposta para mendesjap@gmail.com Melhores cumprimentos