Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 436 de 2008-06-03 |
IC 6 e IC7 avançam, túneis ficam de fora
O secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, revela que o Governo deverá anunciar dentro de pouco tempo o lançamento dos projectos do IC6 e IC7. A opção sem túneis deverá ser a escolhida.
> Notícias da CovilhãAtravessar a Serra da Estrela sim, túneis, não. Deverá ser esta, ao que tudo indica, a opção do Governo quando lançar os projectos definitivos para construção de novas estradas na região (IC6 e IC7), o que, segundo o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, irá acontecer muito brevemente. O governante reuniu na passada semana em Seia com autarcas de Guarda, Castelo Branco e Viseu, mas escusou-se a confirmar este cenário de exclusão dos túneis, embora revelasse ter na sua posse os estudos de impacto ambiental e de traçado necessários à elaboração de estudos prévios.
Alguma imprensa regional, na última semana, avançou a notícia de que o perfil escolhido é aquele que deixa os túneis de fora, o que vai contra a intenção de vários autarcas que sempre se revelaram a favor desta solução. Paulo Campos pouco adianta, no entanto. Apenas diz que a empresa que vai fazer os projectos “já foi escolhida” e terá “10 meses” para apresentar os projectos definitivos. Por isso, em Março de 2009, o governante espera que seja possível lançar os concursos públicos para a construção destas duas importantes vias. Mas por cá, a governadora civil do distrito de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro, já diz que a opção “não aos túneis” se trata de uma opção aceite “pela grande maioria dos presidentes de câmara que concordam com a solução sem túneis, para além das questões ambientais e financeiras.”
Recorde-se que a Assembleia Municipal de Manteigas aprovou, por unanimidade, a construção dos túneis da Serra como sendo a solução que melhor serve a região. Isto depois do autarca local, José Manuel Biscaia, ter dito que não aceitava outra solução a não ser esta. Também a Câmara da Covilhã defende a construção de túneis de ligação à zona envolvente à Serra entre Covilhã, Seia e Gouveia, município que também já se tinha revelado a favor. Ao contrário de Seia, que desde a primeira hora se manifestou contra esta hipótese.
O presidente da Câmara da Covilhã, em declarações à Lusa, defendia a construção de túneis para atravessar a Serra da Estrela, "sem sacrificar o Orçamento de Estado", num modelo de concepção e exploração com portagens pelo construtor.
Segundo Carlos Pinto, a Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras), a cuja Junta também preside, estaria “disponível para pôr esta obra a concurso e concessão".
”Só os túneis da Serra da Estrela garantem que os diferentes concelhos de toda esta região entre Viseu e a Covilhã passem a estar a pouco mais de 20 minutos de distância entre si", realçava o autarca.
Já para o autarca de Seia, Eduardo Brito, os túneis seriam “um erro estratégico” e “não resolveriam o problema” das acessibilidades. O autarca acreditava que “não há recursos financeiros” para se fazer esta obra.
Relembre-se que em análise têm estado os vários cenários para aproximar o Interior do Litoral e os itinerários IC6, IC7 e IC37. Em cima da mesa estão três opções, no Estudo de Avaliação. E das três, segundo o mesmo, o que mais impactos negativos têm para o ambiente é a construção dos túneis, pois terá que se “furar a Serra” com todas as consequências que isso tem para a fauna e flora. Porém, o estudo também diz que esta solução “é a que melhor desempenho tem em termos de acessibilidades”, é a melhor em termos de desenvolvimento económico da região, desde o turismo, economia e serviços, mas é também o cenário menos rentável, ou seja, a solução que mais dinheiro pode custar.
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