Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 436 de 2008-06-03 |
No Fórum Gulbenkian Saúde, o Presidente da República alertou o País para uma visão diferente do trabalho dos mais velhos. E criticou o facto das empresas usarem e abusarem das reformas antecipadas.
A obsessão das empresas para o “contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores” acaba por ser ruinosa para o Estado por causa dos elevados encargos financeiros das reformas e, ao mesmo tempo, perde-se um capital de sabedoria necessária. Desperdiça-se experiência e competência para os novos desafios empresariais. E a Segurança Social sofre arrombos de monta.
Aliás, a fórmula foi muito usada nos anos 80 em países europeus. Os resultados comprovaram que era um erro estratégico utilizar esta fórmula de forma simplista.
A renovação dos quadros e trabalhadores é necessária mas importa fazê-la de forma equilibrada. E porque não implantar o regime de tempo parcial tão em uso nos países desenvolvidos?
As leis laborais permitem recorrer a fórmulas deste tipo. Assim teríamos, na expressão de Cavaco Silva, “o prolongamento da vida activa devidamente remunerada”.
No final da década, a população portuguesa com mais de 65 anos representará 18 por cento do total. Portugal também é dos mais velhos. A sua experiência pode contribuir para um progresso mais dinâmico.
O retrato social do País feito pela União Europeia não é animador. Portugal continua a ser o estado com mais desigualdades em termos europeus. Embora os dados sejam de 2004, verifica-se que a situação não mudou muito por aí além. Se há alguma evolução, trata-se de passos muito tímidos.
O relatório não diz novidades surpreendentes, pois são dados já mais ou menos conhecidos. O que porventura há de relevante, é o facto de as politicas dos vários governos não surtirem os efeitos desejados.
Será que a sina da desigualdade vai-nos perseguir para sempre? E um país desigual acarreta consigo injustiças. Não se deseja um Portugal igualitarista mas onde cada cidadão possa ter as oportunidades que lhe são devidas.
Um novo combate agora em tempo de crise temos todo de travar. Em nome da solidariedade nacional.
Segundo declarações do Secretário de Estado das Obras Púbicas, serão anunciadas em breve decisões sobre o IC6 e o IC17. E a opção que se perfila, exclui a solução dos túneis na Serra da Estrela.
A longo prazo, a decisão da exclusão dos túneis será um erro estratégico. As câmaras da corda da Serra menos Seia defendem os túneis, dado que encurtarias as distâncias. Aliás, o estudo estratégico considera os túneis com melhor desempenho em termos de acessibilidade.
Além disso, a solução dos túneis é mais apta ao desenvolvimento económico em termos de turismo, economia e serviços, segundo o mesmo estudo. Então, porquê a exclusão?
O problema é de custos exactamente o dobro da solução das estradas. E os tempos actuais não aceitam tais verbas. Mas a Comurbeiras – Comunidade Urbana das Beiras- propõe-se pôr a obra a concurso e explorá-la com a introdução de portagens.
Os túneis constituem uma obra que serviria toda a Serra da Estrela. Por isso, a sua construção impõe-se como uma necessidade de desenvolvimento.
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