Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 436 de 2008-06-03 |
Aviões marcam semana na UBI
Durante quatro dias a Covilhã transformou-se no centro das atenções dos amantes das aeronaves. As Jornadas de Aeronáutica promovidas pela UBI trouxeram até à “cidade neve” empresas e instituições desta área e vários aparelhos que integraram um festival.
> Eduardo AlvesJorge Barata, director do curso de Engenharia Aeronáutica da UBI, não tem dúvidas em afirmar que as últimas Jornadas de Aeronáutica “foram das melhores que já tiveram lugar na Covilhã”. Isto porque “com o empenho dos docentes e do núcleo de alunos estiveram na Covilhã os principais representantes do sector”. O docente recua até ao ano de 1999 para encontrar uma semelhança “no número de participantes e nas entidades presentes no festival aéreo”. Durante todo o fim-de-semana, o Aeródromo da Covilhã acolheu diversas aeronaves que participaram em provas de demonstração e em baptismos de voo.
Como já é habitual, durante os primeiros dois dias do evento, o anfiteatro 8.1, no Edifício das Engenharias recebe conferencistas, investigadores, docentes e alunos que se encontram para debater e analisar os mais recentes trabalhos e as novidades nesta área. Este ano não foi excepção e entre os intervenientes destaque para duas figuras que marcaram a edição. Logo na sessão de abertura Nuno Silva, do Centro para a Excelência, Inovação e Indústria Automóvel (CEIA), anunciou a possibilidade da UBI, em parceira com o Instituto Superior Técnico (IST) integrar um grupo de instituições que podem vir a construir aeronaves desenvolvidas pelo consórcio anglo-italiano AgustaWestland.
Segundo este responsável, “existe a possibilidade de engenheiros aeronáuticos portugueses irem trabalhar e aprofundar conhecimentos nas instalações deste consórcio”. Uma partilha que “poderá abrir a porta a um possível apoio ao nível do desenvolvimento de novas aeronaves e também da produção dos modelos actuais”. Nuno Silva não pormenorizou muito mais as informações nem falou sobre a possível instalação de um pólo industrial em solo luso, embora a sugestão tivesse sido veiculada entre os membros presentes nas jornadas.
Ainda assim, Jorge Barata, director do curso de Aeronáutica da UBI prefere assumir uma posição “mais realista”. Segundo este responsável, “este tipo de projectos muitas vezes acaba por não ter concretização prática”. Daí que o docente se mostre mais disponível “para acreditar em projectos que apresentem já calendarizações seguras, objectivos e prazos definidos”. Barata recorda “que existem muitas empresas que recebem os nossos licenciados, pessoas altamente qualificadas, e nem sempre cumprem com os deveres profissionais para com estes”.
O director do curso de Aeronáutica mostrar-se expectante na instalação de uma unidade de montagem de aviões na Covilhã. Segundo Barata “se dentro de seis meses estiverem as coisas a avançar no terreno, então o projecto poderá ser viável, caso contrário, começa a ser arriscado”.
Também presente nas jornadas Jean Quiquempoix, presidente da Aleia, empresa que vai implantar uma fábrica de aviões na Covilhã, falou ao Urbi sobre o seu projecto. Segundo este engenheiro aeronáutico, “o trabalho desenvolvido na UBI é impressionante”. Uma imagem que ficou “desde a minha primeira visita e que muito ajudou na decisão de onde implantar uma nova unidade de montagem”. Foi também a seguir espírito “que este ano decidi estar presente nestas jornadas e falar um pouco sobre a responsabilidade que os engenheiros aeronáuticos, também a minha formação base, têm nesta indústria”.
Uma apresentação que versou essencialmente sobre a importância que os recursos humanos têm neste tipo de actividade e de todo o trabalho “que está colocado na escolha, na preparação e no arranque de um pólo industrial aeronáutico como aquele que esperamos vir a ter aqui na cidade”. Jean Quiquempoix garante que este é um trabalho de vários anos e por isso mesmo promete regressar às Jornadas de Aeronáutica, explicar os avanços que vão surgindo. Quanto à instalação da nova fábrica da Aleia na Covilhã, o seu principal responsável deixou também ao Urbi as principais datas e os passos que foram já dados.
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