Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 435 de 2008-05-27 |
Energias alternativas na Quinta da Maúnça
A Câmara da Guarda vai dotar o Espaço Educativo Florestal – Quinta da Maúnça com energias alternativas, instalando equipamentos que permitam abandonar as energias comuns.
> Notícias da CovilhãSegundo a vereadora Lurdes Saavedra, responsável pelo pelouro do Ambiente, a autarquia deliberou instalar um aerogerador (aproveitamento da energia do vento) e uma central fotovoltaica (aproveitamento da energia solar) para produção de energia eléctrica e aquecimento de águas sanitárias. Por outro lado, numa parceria com entidades espanholas, a Câmara candidatou ao programa comunitário Interreg a construção de uma central de compostagem [conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos] que, a ser concretizada, possibilitará o aquecimento de águas sanitárias a partir de resíduos florestais.
Os equipamentos para aproveitamento das energias eólica e solar, a instalar a breve prazo, servirão dois edifícios recentemente recuperados, num investimento de 267 mil euros, destinados a Espaço Experimental e Unidade de Alojamento, que deverão funcionar no início do próximo ano lectivo.
A responsável pelo pelouro do ambiente explica à Lusa que a antiga "Casa do Caseiro" foi adaptada a Unidade de Alojamento "para receber turmas de crianças em tempo de férias ou aos fins-de-semana". No outro imóvel funcionará o "Espaço Experimental" da Quinta da Maúnça, que ficará equipado com laboratório ambiental e com uma área para transformação de produtos agrícolas.
Quanto à candidatura apresentada ao Interreg, com entidades espanholas, no âmbito de um projecto destinado à cooperação e gestão conjunta em meio ambiente, património e gestão de recursos, uma das vertentes está relacionada com a construção de uma central de compostagem. Segundo Lurdes Saavedra, está previsto que a central receba "os resíduos florestais da Quinta da Maúnça, de toda a cidade e, eventualmente, do concelho". A ideia para construção desta unidade surge "no seguimento da política de energias limpas" definida pela Câmara da Guarda para o Espaço Educativo Florestal. "Existe a possibilidade de aquecer a água de um dos edifícios desta forma, porque a combustão liberta energia e faz o aquecimento da água", adianta, dando conta que está a ser feita uma experiência utilizando um bidão "para depois se apostar no aquecimento de água por esta via". "Uma coisa é fazer o aquecimento [da água] através de um bidão, em que por baixo são colocadas folhas e todo o material biodegradável e a libertação de gases faz aquecer a água, e outra é fazer o aquecimento de toda a água a partir de uma central", refere.
Caso a candidatura seja aprovada, a vereadora do Ambiente refere que é intenção da autarquia mostrar às crianças que visitarão a Quinta da Maúnça "que é possível aquecer água através da compostagem", utilizando ervas ou folhas secas, por exemplo. O projecto, que visa rentabilizar os resíduos agro-florestais aparece inserido num plano mais vasto relacionado com a criação de um Centro de Investigação e Transformação Agro-Florestal, no valor global de 802 mil euros, indica a autarca.
Para além da central, engloba a construção de um edifício onde será criado um Centro do Conhecimento da Floresta e uma estufa aquecida para produção de espécies sensíveis em perigo de extinção.
O Centro da Natureza - Quinta da Maúnça, localizado nos arredores da cidade da Guarda, possui hortas de produção biológica, campo de demonstração de plantas aromáticas e medicinais, edifícios de apoio (espaço para apresentação de audiovisuais e desenvolvimento de acções de sensibilização para crianças) viveiro florestal, jardim e parque de merendas.
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