Voltar à Página da edicao n. 434 de 2008-05-20
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Tito Fernandes foi distinguido com o primeiro lugar nesta mostra de cinema internacional

Cinema da UBI volta a ganhar

“Indiferente”, uma curta-metragem realizada por Tito Fernandes, licenciado em Cinema pela UBI, volta a ganhar um concurso. Desta feita, a obra assinada pelo aluno da instituição covilhanense conquistou o primeiro lugar na V Mostra Internacional de Escolas de Cinema.

> Eduardo Alves

Tito Fernandes acedeu de imediato ao convite proposto pelos responsáveis do curso de Cinema da UBI. Um pedido que ia no sentido de participar com o seu trabalho de final de licenciatura, a curta-metragem “Indiferente”, na quinta Mostra Internacional de Escolas de Cinema, organizada pela Escola Superior Artística do Porto.
Esta produção foi enviada para a cidade invicta onde participou num concurso que reuniu filmes produzidos por alunos de cinema de toda a Europa. O resultado foi agora conhecido e Tito Fernandes arrecadou o primeiro prémio. Esta curta, que marcou presença na sétima edição do KaraFilm Festival, no Paquistão e no IMAGO, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Jovem, entre outros, ganha agora outro galardão.
O jovem aluno da UBI, agora a frequentar o mestrado em Cinema: realização recebeu a notícia “com grande surpresa”. Uma vez que “como se tratava de uma mostra nem pensei que fosse um concurso”. Natural de Barcelos, Tito Fernandes alcança uma distinção atribuída por uma escola do Norte. O jovem realizador adianta que “antes de mais, este é um reconhecimento do trabalho árduo que tive, em colaboração com mais dois colegas, mas acima de tudo é também uma motivação”.
Desde cedo que Tito pensou num futuro risinho para “Indiferente”. “Depois de terminar este trabalho acreditei que poderia ter algum interesse para outras pessoas, logo aí decidi enviar uma cópia para alguns festivais e felizmente teve alguma aceitação e foi reconhecido e com isso fomos seleccionados para algumas competições”, descreve o realizador. Uma ideia que também se baseia no facto “de este filme ter uma marca de experimental, de novas técnicas. Com ele tentei explorar outras coisas que podiam ou não funcionar e isso é o risco, mas é também esse risco que acaba por dar valor às coisas”.
A frequentar o mestrado de Cinema: realização, Tito Fernandes enfrenta agora os desafios de um mercado de trabalho “que quase não existe e para as novas pessoas a tentarem entrar num mercado que não existe é muito complicado, quanto mais pensar em fazer cinema em Portugal”. Ainda assim, Tito Fernandes espera poder continuar a fazer alguma coisa ligada ao cinema. Até ao final do ano “penso que vou conseguir ter pronto mais um filme. Para além disso, estou também a fazer o projecto de mestrado que é um projecto cinematográfico com algum tipo de experimentação”, confirma.
Para este realizador, licenciado na UBI, o principal problema com que se debatem os recém-licenciados desta área “é a falta de uma tradição no cinema em Portugal, ao ponto das pessoas terem alguma aversão ao verem um filme português numa sala e evitam mesmo sequer de entrar. São poucas as salas que nos passam e este é então um cinema elitista”. Acresce a tudo isto, o facto “do nosso cinema ser um cinema de autor que chega a um mercado muito pequeno. Eu espero é que nos dêem espaço, às pessoas novas que estão a tentar fazer coisas diferentes e a encarar o cinema com outro tipo de postura perante a própria noção de cinema porque as coisas vão-se mudando”, sublinha.


Tito Fernandes foi distinguido com o primeiro lugar nesta mostra de cinema internacional
Tito Fernandes foi distinguido com o primeiro lugar nesta mostra de cinema internacional


Data de publicação: 2008-05-20 01:20:41
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