Mega resultados para jovens atletas da região

Atletas da Beira Interior conseguem cinco lugares no pódio do Projecto Mega, uma prova de atletismo que decorreu na Covilhã. Um evento a que não faltou o campeão Nelson Évora.

Cinco lugares no pódio para a Beira Interior foi o saldo final do último fim-de-semana, quando decorreu o nacional do Projecto Mega, realizado no complexo desportivo da Covilhã. Uma iniciativa organizada em parceria entre a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e o Desporto Escolar, que integra o Mega Sprinter (estafetas e 40 metros) o Mega Salto (em comprimento) e o Mega Km.
A Guarda conseguiu três medalhas. Duas de Andreia Crespo, da Escola da Cerdeira, nos 40 metros e salto em comprimento, e o primeiro lugar do juvenil Ruben Felizardo no quilómetro. Já Castelo Branco arrecadou duas. A do segundo lugar do iniciado Samuel Barata, atleta da Bouça, nos mil metros e a de Jéssica Ferrero, de Alcains, que obteve o terceiro posto nos 40 metros em iniciados. “Esperava ir ao pódio e consegui”, dizia no final, satisfeito, Samuel Barata. “Isto dá-me boas perspectivas para o Olímpico Jovem, no próximo fim-de-semana em Leiria. Se ficar nos três primeiros, é para isso que treino, mas quero subir ao lugar mais alto”, acrescenta o jovem atleta, que sentiu o apoio de familiares e amigos na bancada.
O Projecto Mega vai na quarta edição e foi criado para pôr em colaboração o desporto federado e o escolar, na tentativa de aproximar as duas realidades, interessar os professores de Educação Física, dar oportunidade aos alunos de se mostrarem e detectar possíveis jovens talentos. “Está toda a gente aqui a trabalhar numa estrutura organizada, são uma mesma equipa”, destaca Fernando Mota, presidente da FPA, que salienta as boas condições oferecidas pela Covilhã.
Mas Fernando Mota sublinha que a iniciativa entrou num novo ciclo: o da consolidação, da formação dos professores de Educação Física e a preparação de material de apoio com que possam trabalhar, e que por vezes não encontram. “Há um novo desafio para conseguirmos ter mais rentabilidade nos esforços feitos”, realça. Outro objectivo é a valorização formativa dos professores que acompanham os jovens. “Queremos que isso seja reconhecido como créditos na valorização da carreira”, frisa o presidente da federação.
Nas provas que decorreram durante dois dias é possível treinar “a força explosiva e a velocidade”. Duas características no atletismo úteis para as outras modalidades, nota Fernando Mota. Por isso defende que o atletismo seja definido como desporto prioritário nas escolas, conceito que nunca foi posto em prática.
Atarefado, de bandeira de juiz na mão, João Coelho, da Associação de Atletismo Albicastrense, mostra-se satisfeito com o evento. “Dá-nos trabalho mas ficamos satisfeitos, porque está a dar frutos. E a base tem de começar por aqui”.
O campeão do mundo de triplo salto, Nelson Évora, sempre rodeado de uma mancha de crianças, que lhe pediam autógrafos, considera que estas iniciativas podem ser um incentivo para atrair jovens para o desporto. “Os jovens acabam por ter uma linha orientadora que podem seguir”, realça. O atleta sublinha a necessidade do acompanhamento, das condições para evoluir, “ainda que o mais importante seja a própria vontade”, e acentua também que nos escalões jovens “é importante não queimar etapas”.