Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 431 de 2008-04-29 |
A UBI comemora amanhã o seu 22º aniversário. Sem grandes inaugurações nem destacados membros do Governo, o programa reflecte bem a grave crise financeira que o Ensino Superior português atravessa actualmente.
Fruto da grande expansão nos finais da década de 80 e inícios de 90, este grau de ensino tem hoje uma oferta formativa que excede largamente a procura, situação para a qual contribuiu também o decréscimo da população estudantil e o abandono escolar.
Para responder à falta de alunos nos cursos tradicionais, as instituições de ensino criaram novas licenciaturas com nomes mais apelativos e investiram em recursos laboratoriais e humanos, porém a estratégia teve apenas resultados no curto prazo. Os cursos de banda estreita esgotaram rapidamente os nichos de emprego disponíveis e a procura decresceu de imediato. Aquilo que parecia ser uma solução passou a fazer parte do problema.
Como se não bastasse o subfinanciamento crónico deste sector de ensino, nos últimos anos as transferências do OE têm vindo a diminuir enquanto as despesas continuam a subir. A situação é ainda mais grave nas escolas da periferia onde o financiamento estatal por aluno é inferior ao das escolas situadas nos grandes centros, vá-se lá saber porquê.
É neste ambiente de grandes dificuldades que a UBI comemora hoje o 22º aniversário. Ao longo deste tempo a UBI ultrapassou grandes obstáculos, lutou contra o preconceito e, apesar da má vontade de muitos, tem vindo a trilhar o seu próprio caminho. A UBI é hoje uma universidade de referência em algumas áreas do saber e começa a atrair empresas para a região.
Ninguém duvida que o Ensino Superior vive tempos difíceis, mas nunca devemos esquecer que toda a dificuldade gera uma oportunidade. Resta-nos saber aproveitá-la.
> jmanuel @ ubi . pt em 2008-04-30 16:26:40
É bem verdade que os tempos são difíceis mas já por cá ando há mais de meio século e nunca ouvi dizer que os tempos fossem bons. Assim sendo a Universidade da Beira Interior tem um grande desafio pela frente, pois é nestas alturas de crise que se ganham ou se perdem desafios. O desafio da UBI, é nem mais nem menos o de se projectar para o exterior em vez de ficar a olhar para o umbigo e a lamber as feridas. Se não temos mais alunos há que ir procurá-los onde eles estão. Este é um trabalho das R.P. que se não podem, nem devem, restringir aos "Dias da UBI"; ir para as Escolas secundárias e fazer lobbing pela UBI. Cada um dos muitos colaboradores da UBI, desde os catedráticos aos auxiliares de limpeza devem "vestir a camisola da UBI" e, fazer gala disso ao não incentivarem os seus filhos e demais familiares a procurarem Universidades fora da Covilhã, por mais prestígio que estas tenham tido no passado. A UBI tem um potencial imenso e, falo por experiência própria, embora não tenhamos, até agora, feito muito pela projecção da Universidade da Beira Interior isso pode mudar de um dia para o outros, basta para isso que as R.P. se afirmem no terreno e se não deixem ficar pelo "marasmo" a que todos temos assistido. A UBI tem um mestrado em Publicidade e Relações Estratégicas, então porque não pôr os seus alunos de mestrado a trabalhar num Projecto Estratégico de Projecção da UBI?
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