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Percursos do Design em Portugal
Os alunos de Design Industrial da UBI receberam esta sexta-feira Vítor Manaças, um especialista nesta área que lhes explicou como o design português chegou aos dias de hoje, durante uma conferência que teve lugar no edifício das Engenharias.
> Joana PessoaA Universidade da Beira Interior recebeu, no passado dia 11, o designer Vítor Manaças, numa conferência organizada pelo Núcleo de Estudantes de Design Industrial (NEDI).
Vítor Manaças, licenciado em Design de Equipamento, Mestre em História da Arte, e Doutor em Belas-Artes, foi convidado para falar sobre “Os percursos do design em Portugal”, tema que foi também matéria da sua tese de doutoramento.
O professor apresentou à plateia uma vasta e completa história do Design Português, enriquecendo o seu discurso com imagens de lojas e cafés que já no início do século XX apresentavam conceitos de design bastante modernos. Destacaram-se, entre estes exemplos, a “Loja das Meias”, o “Café Portugal” – o primeiro a ter ar condicionado em Portugal – e o café “Piquenique”. Este último foi um dos primeiros cafés portugueses a ter esplanada e a servir comidas rápidas.
Vítor Manaças elogiou bastante o trabalho do engenheiro António Rui, referindo que foi este que inaugurou duas das melhores escolas de arte de Portugal, uma no Porto e outra em Lisboa, e “de onde saíram grandes designers”.
No entanto, admite com alguma tristeza, que “não é preciso tirar nenhum curso para ser designer”. Menciona ainda que a maior parte das pessoas falam em design correntemente, mas quando questionadas sobre o verdadeiro conceito da palavra, quase nenhuma saberá explicar em que consiste e, na sua opinião, ao contrário do que muitos defendem, o design não é uma arte.
Quando questionado por uma aluna sobre a importância de ir estudar para fora do país, Vítor Manaças acha que só vale a pena dar esse passo pela experiência de conhecer coisas novas. Para aprender é desnecessário porque “lá fora sabem tanto como nós.”
No final da conferência brincou-se com a certa rivalidade que há entre arquitectos, designers e engenheiros, mas todos acabaram por concordar que os diferentes trabalhos destes profissionais se complementam entre si e, em certos casos, não valem por si só. Como exemplo, referiu-se o caso de Roger Tallon, o designer francês que desenhou o TGV, mas que se não tivesse tido a ajuda de engenheiros, não teria conseguido concretizar o seu trabalho.
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