Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 429 de 2008-04-15 |
“Sade, Meu Próximo” releva o interesse particular que Klossowski consagrou à vida e obra de Donatien Alphonse François de Sade, pelo vulgo mais conhecido como o Marquês de Sade. Encarando-o mais pela profundeza e alcance do seu pensamento do que como o Sade libertino que escandalizou as cortes da época e ainda hoje incomoda as mentes mais conservadoras e preconceituosas, debruça-se Klossowski, neste seu livro, sobre algumas das questões cruciais que percorrem toda a vida e obra de Sade. Temos assim, em primeiro lugar, uma análise da experiência de Sade tal como a traduziu na sua escrita, em que Klossowski procura chegar ao âmago do seu pensamento para melhor explicar ao leitor o porquê das obsessões de Sade e a forma como ele as verteu para os seus livros e, depois, um conjunto de reflexões sobre a alma de Sade e o tempo em que viveu, baseado na psicopatologia do desejo absoluto determinado pelo objecto absoluto (Deus: fundamento da alma) a que Klossowski atribui uma importância relevante na medida em que “a pretensão de descrever de algum modo a infelicidade da consciência de Sade” acaba por equiparar o sadismo à não-crença, questão nuclear em toda a obra de Sade.
Pierre Klossowski é o irmão mais velho do pintor Balthazar Klossowski, conhecido como Balthus, Pierre Klossowski, ensaísta, filósofo, romancista e pintor francês de origem polaca, nasceu em Paris a 12 de Agosto de 1905, tendo falecido em 2001. Amigo de Rilke, de Gide e de Bataille, Klossowski foi uma das figuras maiores do pensamento da Diferença, lado a lado com Michel Foucault, Gilles Deleuze ou Maurice Blanchot. A tradução portuguesa é da autoria Ana Hatherly.
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