Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 428 de 2008-04-08 |
Venda das águas fica confirmada
Foi uma das mais participadas e "sonoras" assembleias municipais dos últimos tempos. A reunião magna dos partidos políticos da Covilhã decidiu o futuro da empresa municipal “Águas da Covilhã”.
> Eduardo AlvesO passo final está dado e a Câmara Municipal da Covilhã vai mesmo “alienar” 49 por cento do capital da empresa “Águas da Covilhã”. Toda uma acção que começou há cerca de um ano e meio e que chega ao fim com a aprovação em assembleia municipal.
A principal reunião de todas as forças políticas do concelho serviu, entre outros assuntos, para aprovar a intenção manifestada pela maior social-democrata que dirige a câmara municipal.
A venda de 49 por cento do capital da “Águas da Covilhã” passou com os votos favoráveis da bancada do Partido Social-Democrata e da deputada do CDS-PP, Isilda Barata. Todos os restantes partidos da oposição, PS, PCP e Bloco de Esquerda, se mostraram contra esta decisão. O deputado José Miguel Oliveira, da bancada socialista, acabou por dizer que “esta decisão vai afectar a vida de todos os munícipes durante várias gerações”. O mesmo adiantou ainda que “está aberto o caminho para o aumento dos tarifários da água”.
Já do lado do PCP, Jorge Fael disse que “este foi o casamento entre a câmara e Somague – empresa que lidera o consórcio AGS – depois de um longo namoro e onde o copo de água vai ser pago com o dinheiro de todos os munícipes”. O deputado comunista garantiu que o seu partido vai interpor uma acção judicial para impugnar “todo este negócio”. O mesmo parece que irá fazer o Bloco de Esquerda. Pela voz da deputada Ana Monteiro, o Bloco mostrou “a sua discordância perante esta decisão”.
Carlos Pinto, presidente da autarquia serrana garantiu que este é um dos melhores caminhos a serem seguidos pelo município. O autarca começou por lembrar a situação “de falência e ruína” em que se encontram as Águas do Zêzere e Côa, “que queriam as Águas da Covilhã”, para dizer também que a câmara está a “alienar” uma pequena parte da empresa.
O autarca explicou que este processo vai levar à criação de uma nova empresa municipal, a Icovi, a qual irá deter toda a rede de distribuição de águas. Para além deste facto, “vão também estar representantes da câmara na AdC”. O edil garantiu que os direitos dos trabalhadores e os tarifários da água estão garantidos e sob análise. A câmara arrecada agora 40 milhões de euros.
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