Idosos com reparações domésticas gratuitas

A Câmara e a Associação Pró-Raia avançam com um projecto que visa o auxílio aos idosos e mais desfavorecidos na execução de pequenas reparações domésticas. Um serviço gratuito que se inicia em Abril ou Maio

A Câmara da Guarda e a Associação de Desenvolvimento Pró-Raia vão avançar em breve com um projecto que visa auxiliar idosos e pessoas de fracos recursos económicos na execução de pequenas reparações domésticas.
Segundo a vereadora da autarquia da Guarda, Lurdes Saavedra, que também preside à Associação de Desenvolvimento Pró-Raia, o projecto denominado ´Brico Solidário`, prestará um serviço gratuito e deverá começar a funcionar em Abril ou Maio deste ano.
A iniciativa pretende melhorar a qualidade de vida e o conforto não só dos idosos, como de pessoas com mobilidade reduzida e de fracos recursos económicos. "A nossa ideia é que tenham uma mão amiga para executar pequenos consertos que são importantes para o seu bem-estar social", diz.
Lurdes Saavedra refere à Lusa que o projecto "vai funcionar através de um call center" e que, antes da entrada em funcionamento deste serviço dirigido a quem vive sozinho e não está em condições de realizar pequenas tarefas, será divulgado um número de telefone gratuito. O projecto consiste em disponibilizar uma viatura, uma espécie de "oficina ambulante", operada por dois funcionários que terão que saber fazer qualquer tipo de reparação em áreas relacionadas com a construção civil, carpintaria, electricidade, entre outras. "A pessoa telefona quando precisar de qualquer ajuda, dentro daquilo que pretendemos fazer", explica a vereadora, acrescentando que o funcionário irá deslocar-se ao domicílio e efectuar o serviço que tanto pode estar relacionado com a substituição de um vidro partido, como a mudança de uma fechadura.
O serviço disponibilizado pelo ´Brico Solidário` abrangerá todas as pessoas do concelho da Guarda com idade igual ou superior a 65 anos e aquelas que estejam dependentes, independentemente da idade. O serviço de acção social da autarquia irá fazer um levantamento de todos os casos existentes no concelho, não existindo, de momento, previsões sobre a totalidade das situações que poderão ser abrangidas.
Lurdes Saavedra aponta que o projecto abrangerá a cidade e todas as freguesias rurais do concelho, pelo facto de verificar que nas aldeias, "as pessoas estão, cada vez, mais isoladas". Aponta, a título de exemplo, que um idoso que resida sozinho numa aldeia, perante uma avaria numa televisão, "não chama o técnico e fica numa situação em que não sabe como resolver" o problema. "Uma pessoa com 65 anos [a residir no meio rural] vem à Guarda para mudar uma fechadura ou um vidro?", pergunta a autarca, dando conta que o ´Brico Solidário` servirá para "acudir" a este tipo de situações de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 17 horas e 30.
A vereadora ressalva que os funcionários que ficarem adstritos ao projecto, para além de terem conhecimentos diversos, terão que "ter sensibilidade no atendimento às pessoas idosas". "Estas pessoas, para além da mudança do vidro, precisam de ser acarinhas aquando da prestação do serviço", indica.
O projecto envolve custos da ordem dos 40 mil euros e é apoiado por fundos comunitários. Será desenvolvido nos próximos cinco anos e, "se funcionar", terá continuidade assegurada, garante a vereadora da Câmara da Guarda.