Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 427 de 2008-04-01 |
“Sempre tive grande admiração pela UBI”
Doutor honoris-causa em quatro universidades e antigo reitor da Universidade Técnica de Lisboa, António Simões Lopes é um dos mais prestigiados economistas nacionais. O Urbi apresenta-lhe um dos cinco membros cooptados da Assembleia Estatutária e adianta as suas ideias sobre as novidades que estão a ser preparadas para as instituições académicas.
> Eduardo AlvesUrbi@Orbi – Há muito que está ligado ao mundo académico e que tem defendido algumas políticas de mudança no mesmo. Como é que encara agora este novo passo que se está a introduzir com o Regime Jurídico para as Instituições do Ensino Superior (RJIES)?
António Simões Lopes – Há um certo espírito de alguma dúvida sobre as vantagens efectivas que tudo isto venha trazer para as universidades. A verdade é que o anterior regime já durava há tanto tempo – desde 1998 – que era fatal, mais tarde ou mais cedo, a sua renovação.
Nesta altura está-se, de facto, nessa fase do repensar em que existe em todos um certo espírito renovador assim como a dúvida de se vai ficar melhor o que estava antes. Esse espírito renovador também não pode ser cem por cento atingido, visto que, como sabemos há um regimento quadro que vai regular tudo quanto sejam estatutos das várias universidades e esse regimento é muito minucioso, não deixa muita margem de liberdade às instituições. De modo que há este misto, de sentimentos. Desde uma certa expectativa, um desejo de alterar a legislação anterior, mas o instrumento de trabalho que temos agora não é completamente livre para nos deixar fazer as mudanças que desejaríamos.
Urbi@Orbi – E como é que sentiu o convite da UBI para fazer parte da Assembleia Estatuária?
António Simões Lopes – Fui com um sentimento muito, mas mesmo muito honroso. Visito a UBI há vários anos, desde que era eu vice-reitor da minha universidade, no princípio dos anos 80, e desde essa altura que tenho acompanhado a actividade da UBI em várias facetas, desde as actividades lectivas em que alguns encontros tive com colegas docentes daqui e algumas actividades conjuntas se desenvolveram, até à fase em que as transformações na própria UBI se acentuaram e, já como reitor, a minha vida de acompanhamento de actividade da UBI acentuou-se também.
Sempre tive uma admiração muito grande por esta instituição. Aliás, numa das minhas últimas fases de actividade académica presidi ao Conselho de Avaliação das Universidades, e devo dizer que foi uma experiência extremamente agradável, no sentido de ter encontrado, não apenas, até porque isso esperava-o sempre, um espírito de abertura muito grande a tudo quanto era necessário fazer no capítulo da avaliação, como uma motivação muitíssimo grande. Inclusivamente, um dos actuais vice-reitores, o professor Luís Carrilho, foi um dos meus braços direitos, em termos de envolvimento na actividade da avaliação, em termos de co-adjuvante, nas organizações de tarefas, ele foi sempre um elemento de grande interesse e apoio.
Também, não propriamente na actividade académica, mas em funções similares, sobretudo na minha passagem por bastonário da Ordem dos Economistas, acontece que fui convidado algumas vezes, a vir aqui à UBI, para matéria que não tinham apenas a ver com a avaliação dos cursos, mas também em matérias como a acreditação, que as ordens tinham a veleidade de fazer relativamente aos cursos. E aí, mais uma vez, confirmou-se a ideia que eu tinha desde o princípio, de uma qualidade de trabalho, de um envolvimento nas tarefas que é inexcedível, face a outras universidades. Por tudo isto senti-me bastante honrado com este convite.
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